Por G1 PA — Belém


Professores entram em greve por tempo indeterminado em Belém

Professores entram em greve por tempo indeterminado em Belém

Professores do estado entraram em greve por tempo indeterminado. Eles aguardam uma resposta do governo do estado para reunir e entrar em um acordo quanto ao piso salarial, que, segundo eles, não aumenta desde 2015. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Estado do Pará (Sinteep), hoje, um professor recebe R$1.917,00 para 200 horas/mês, valor estabelecido em 2015 que até hoje não foi alterado e deveria estar em 2.298,00 para 200 horas/mês.

“O governo diz que já paga, continua insistindo numa tese pra ganhar tempo e para continuar mantendo o calote contra a nossa categoria”, diz o coordenador do Sinteep Alberto Andrade. Segundo ele, entre as reivindicação dos trabalhadores da educação também estão as reformas das escolas e a garantia de 200 anos letivos.

Houve tentativa de conciliação entre o Sinteep, procuradores da união e desembargadores do estado. Do lado de fora do Tribunal de Justiça, trabalhadores também se reuniram. Na última quarta-feira (13), em despacho, a desembargadora Luzia Nadja Guimaraes do Nascimento determinou que o Sinteep se abstenha de deflagrar nova greve, ou retomar o movimento grevista, já suspenso até o julgamento dos mandados de segurança.

A greve deflagrada no dia 31 de agosto começou e não houve acordo. Por isso, continua por tempo indeterminado, segundo o Sinteep, até que o governo se posicione quanto ao cumprimento do piso salarial. Nos próximos dias os trabalhadores devem se reunir para debater os rumos da greve. Enquanto isso, 20% dos professores continuarão parados.

A Justiça determinou que 80% dos trabalhadores devem manter as atividades em sala de aula. “Nós estamos cumprindo tudo que está sendo determinado pela Justiça. Mas, mais do que isso, a nossa vinda aqui foi na perspectiva de chegar a um consenso do que fazer, de uma suspensão da greve a partir de uma conciliação. Nós temos o entendimento de que, quem deve, é o Estado. Esse é um entendimento que o próprio tribunal já deu por 22 votos a 0 no ano passado e esse ano de novo no recurso do governo”, diz o coordenador do Sinteep.

Reunião com a Seduc

Trabalhadores e estudantes foram até o prédio da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) para tentar uma reunião com a secretária de educação, mas foram atendidos apenas por uma comissão. “Precisamos de aula. Não deveria ter uma paralisação assim, por nada”, diz o estudante Eythan Mateus Santos. “Eu moro em Santa Bárbara. Acordo quatro da manhã e venho para Belém e fico aqui esperando aula que não tem. Perco aula, pago passagem, fico cansada”, diz Emilly Mota.

Em nota, a Seduc disse que a desembargadora Luiza Nadja Guimarães informou ao governo e ao Sinteep que está mantida a decisão liminar que determinou que o Sinteep mantenha 100% das aulas do 3º Ano do Ensino Médio, e 80% das aulas dos demais alunos, para que os estudantes não sejam prejudicados e que depois de encerrada a sessão de conciliação, o processo segue agora para deliberação da desembargadora.

Sobre o piso salarial, a nota diz que a remuneração média de um professor com 200 horas é bem acima do piso atual do magistério, e que se concedido o reajuste no vencimento-base, a folha se pagamentos do estado sofreria um impacto de 38 milhões de reais por mês.

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