Rio

Professores e estudantes da Uerj acampam em frente ao Palácio Guanabara

Grupo só pretende sair quando receber posição sobre o pagamento de salário e bolsas
Barracas são montadas no canteiro central da Pinheiro Machado, em frente ao Palácio Guanabara Foto: Divulgação Asduerj
Barracas são montadas no canteiro central da Pinheiro Machado, em frente ao Palácio Guanabara Foto: Divulgação Asduerj

RIO — Cerca de 50 estudantes e professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) estão acampados no canteiro central da Rua Pinheiro Machado, em frente ao Palácio Guanabara, sede do governo estadual. O objetivo é ficar no local até receber um posicionamento oficial sobre o atraso das bolsas e salários.

O grupo decidiu montar o acampamento após a quinta aula pública realizada em frente ao Palácio Guanabara. Cerca de 200 pessoa participaram do ato, mas apenas 50 devem permanecer durante a noite no local, segundo a assessoria de imprensa da Associação de Docentes da Uerj (Asduerj).

— É para chamar atenção para a nossa situação. Estamos com uma normalidade que é totalmente artificial — afirma Lia Rocha, presidente da Asduerj.

A principal reivindicação é a regularização do salário dos professores — ainda não receberam a remunaração de abril, nem o 13º de 2016 — e das bolsas estudantis, que os alunos vêm recebendo com atraso.

— Somos uma categoria endividada. Muitos professores têm dito que não têm condições de trabalhar. Hoje, temos medo de que a Uerj feche — ressalta Lia.

De acordo com ela, nenhum representante do governo procurou o grupo até o momento.

Reportagem do GLOBO da semana passada revelou a face cruel da crise na universidade . Além dos professores, muitos dos 7.800 cotistas não possuem dinheiro para transporte ou alimentação, e vão à universidade quando conseguem. Só no campus do Maracanã, o índice de faltas em serviço social chega a 60%.

O número de trancamentos em cursos também é um reflexo da crise no campus: após o fim do primeiro semestre de 2016, encerrado em dezembro, cerca de 700 estudantes entraram com o pedido. Ao longo de 2015, foram aproximadamente 500 solicitações.