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Professores e alunos apontam estratégias a um mês do Enem

Revisão e seleção de conteúdos estão entre os métodos sugeridos

Alunos do 3º ano do Colégio Sion se preparam para o Enem
Foto: Guito Moreto / Agência O Globo
Alunos do 3º ano do Colégio Sion se preparam para o Enem Foto: Guito Moreto / Agência O Globo

RIO - Quantas matérias podem ser estudadas em apenas 31 dias? É melhor revisar conteúdos ou aprender aquilo que não deu tempo? Larga tudo e descansa ou inviste mais na reta final? Essas e outras perguntas assombram as cabeças dos candidatos ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que realizarão as provas nos dias 5 e 12 de novembro.

O exame é a maior porta de entrada ao ensino superior do país e é realizado uma única vez. Por estes motivos, a estudante Ana Lis Archanjo, de 17 anos, afirma que reforçou os estudos neste ano e planeja se dedicar mais nestes últimos dias para driblar o medo na hora.

— Eu já estava estudando constantemente. Agora, estou exercitando aquilo que eu já sei e tentando entender o que ainda tenho dificuldade. Até então estava dando atenção ao que era passado no colégio, o que dá uma base sólida. Mas, faltando um mês, estou selecionando algumas matérias para estudar e me focar —conta a aluna que pretende cursar Relações Internacionais.

Jeremias Ferreira, seu coordenador no Colégio Sion, reafirma que é necessário dar um gás a mais nesse momento, mas que isso só faz sentido se vier com um estudo contínuo que não se restringe só ao ano do vestibular.

— O aluno tem que ter uma bagagem que vem dos outros anos. O que fazemos no final é o direcionamento de tudo aquilo que ele já aprendeu. O conhecimento é acumulativo, não funciona de outro jeito — afirma Jeremias que também aponta o que os candidatos podem fazer a partir de agora — Ele já deve ter se testado em simulados e ter visto quais são seus pontos mais vulneráveis. Não adianta querer ver ou rever todas as matérias agora, precisa ter calma e direcionamento para poder utilizar este tempo que resta da melhor maneira.

É esta a estratégia que o aluno Arthur Garcia, estudante de 18 anos do Colégio de A a Z, está utilizando para os estudos.


Professor Rafael Pinna, do Colégio de A a Z, dá dicas para redação
Foto: Guito Moreto / Agência O Globo
Professor Rafael Pinna, do Colégio de A a Z, dá dicas para redação Foto: Guito Moreto / Agência O Globo

— Eu tenho um bloqueio muito forte com Matemática. Na hora de estudar, não rola. Fico tentando, tentando e sempre me frusto. Estou investindo todas as minhas horas de estudo em Humanas por isso — declara Arthur que pretende cursar Relações Internacionais — Como na minha opção de curso há uma pontuação maior para esta área, acredito que estou fazendo uma boa escolha.

Já Giovana Moura, de 17 anos, que divide turma com Arthur, discorda um pouco da estratégia do colega.

— Fica complicado para quem é de Humanas tirar notão nessa prova. Tem que investir em Ciências da Natureza, Matemática e Redação porque a nota máxima é maior. Elas que acabam definindo — defende Giovana.

ATENÇÃO ÀS NOTAS MÁXIMAS

A nota do Enem baseada na Teoria de Resposta ao Item (TRI) e realmente faz com que as notas mínimas e máximas tiradas entre as quatro provas de áreas do conhecimento sejam diferentes. Na edição do ano passado, por exemplo, a nota máxima de Matemática foi 991,5 e a de Linguagens, 846,4.

O professor e coordenador da escola de Arthur e Giovana, Rafael Pinna, aponta que os dois discursos estão certos, mas devem ter atenção para não caírem em armadilhas.

— Você realmente consegue uma maior pontuação investindo em Matemática e alguns cursos bonificam determinadas provas na seleção. Cada caso é um caso e o candidato tem que ter atenção para não achar que pode abrir mão de alguma prova. Pode dar preferência nos estudo, mas sem exclusão.

Pinna, que leciona redação, destaca a importância desta prova e como o estudante deve estar preparado.

— É a única que você sabe que vai até 1000 pontos. Só por isso ela já tem um destaque. Para fazer o texto tem que ter familiaridade com as propostas anteriores. São questões políticas, culturais, sociais e econômicas. O Enem quando coloca esses temas é para estimular mais a procura por esses assuntos pelos alunos no seu cotidiano.