Rio

Professores da Uerj farão paralisação de 24 horas na próxima semana

Assembleia de docentes termina sem acordo, e volta às aulas segue sem data definida
Portaria da Uerj no campus do Maracanã Foto: Leo Martins / Agência O Globo
Portaria da Uerj no campus do Maracanã Foto: Leo Martins / Agência O Globo

RIO - A volta às aulas na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) segue sem uma data definida. Professores da instituição, em iminência de greve, fizeram uma assembleia nesta quinta-feira para discutir o assunto. Ficou decidido que eles farão uma paralisação de 24 horas, na terça ou na quarta-feira da semana que vem. Os docentes também marcaram um aula pública para quarta-feira, às 10h, em frente ao Palácio Guanabara. Às 14h do mesmo dia, eles farão novo encontro para tentar definir o impasse. Os alunos de graduação estão sem atividades desde janeiro, quando foi encerrado o período de aulas equivalente ao primeiro semestre de 2016.

— Enquanto isso, o governo não acena com nenhuma resposta concreta de solução do problema para a nossa crise. Existe apenas a promessa para a volta da limpeza, mas a universidade não funciona só com limpeza — lamentou Lia Rocha, presidente da Associação de Docentes da Universidade do Estado do Rio Janeiro (Asduerj).

Na última quarta-feira, a reunião do Fórum de Diretores, também terminou sem decisão. Um outro encontro foi marcada para segunda-feira, dia 3 de abril, para avaliar se haverá condições mínimas para possibilitar o reestabelecimento pleno das aulas. Uerj - 30/03

Em nota oficial, a universidade afirmou o desejo de dar início as aulas, de maneira integral, o quanto antes, mas ainda não vê condições mínimas para isso acontecer. A universidade reiterou que não se encontra fechada. Atividades de pesquisa e extensão seguem funcionando, assim como o Hospital Universitário Pedro Ernesto, que segue atendendo a população. Ainda de acordo com a nota, a instituição afirma que ainda busca soluções para lidar com suas obrigações legais.

A categoria afirma que, além dos salários atrasados, a instituição está sem limpeza e manutenção. A Uerj afirma ainda que as negociações com empresas terceirizadas prestadoras de serviços básicos, como de limpeza, avançaram, mas para voltar de vez com as aulas lista como pendência a regularização dos pagamentos das bolsas permanência dos estudantes cotista, que são quase 40% dos alunos da graduação, além da apresentação à universidade de um calendário de pagamento de salários e das diversas modalidades de bolsas, que permanecem em atraso.

A nota veio um dia depois da decisão judicial que impediu a intenção do governador Pezão de cortar 30% dos salários dos professores da Uerj , para forçar uma volta às aulas. O comunicado reforça que a universidade segue aguardando o cumprimento das obrigações pelo governo, e que discorda da imposição do Estado que exige a volta das atividades, mas não garante condições mínimas materiais e salariais aos funcionários.