Por G1 SP — São Paulo


Professores da rede pública estadual de SP protestam contra volta às aulas presenciais — Foto: Felipe Rau/Estadão Conteúdo

Professores da rede pública estadual de São Paulo fazem, na manhã desta quarta-feira (29), uma carreata contra a volta às aulas presenciais estimada pelo governo paulista para ocorrer a partir do dia 8 de setembro.

O grupo também cobra pagamento de salário e auxílio emergencial aos professores temporários, remunerados apenas pelas aulas efetivamente dadas. Como não está havendo aulas durante a quarentena, tais servidores estão sem salário.

Organizada pela Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), a carreata reúne docentes de todo o estado.

Por volta das 11h, os manifestantes se reuniram em frente ao Estádio do Morumbi, na Zona Sul da capital paulista. O grupo tentou seguir até o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, mas foi impedido por bloqueios da Polícia Militar.

Em nota, a secretaria estadual da Educação afirma que a carreata "é norteada por princípios políticos obscuros em meio a mortos por uma pandemia".

"O buzinaço gerado fere o bom senso diante do barulho nas imediações de um hospital onde médicos e enfermeiros lutam para salvar vidas de doentes. Os mais de 180 mil docentes da categoria estão recebendo regularmente os seus salários durante a pandemia", diz o texto.

Professores protestam contra proposta de reabertura das escolas durante pandemia de coronavírus — Foto: Felipe Rau/Estadão Conteúdo

Ainda de acordo com a nota, o governo planeja a retomada das aulas "pautado em medidas de contenção da epidemia, atendendo aos interesses da população e sem colocar nenhuma vida em risco".

"Essa decisão foi adotada após diálogo com representantes de professores, funcionários, alunos, pais e administradores de escolas privadas, seguindo as recomendações sanitárias do Centro de Contingência do coronavírus."

Na coletiva de imprensa desta quarta-feira (29), no Palácio dos Bandeirantes, o governador João Doria (PSDB) disse que a carreata dos professores não representa a totalidade da categoria.

"Posso assegurar que a posição emanada aqui nesta manhã não é majoritária no professorado, é parcial. O diálogo sempre existiu. Nunca foi limitado o acesso ao secretário Rossieli Soares. Em relação aos temporários, é uma circunstância. Da mesma maneira que veículos de imprensa tiveram que reduzir profissionais temporários, também não faz sentido que o dinheiro público seja usado para pagar quem não está trabalhando, porque as circunstâncias de uma pandemia não permite. O diálogo com o setor continua aberto", afirmou Doria.

Policiais Militares fazem barreira para impedir avanço da carreata dos professores da Apeoesp, rumo ao Palácio dos Bandeirantes, sede do governo de SP. — Foto: Reprodução/Redes Sociais

O governador de SP voltou a afirmar que a Apeoesp tem viés político extremado ao ser comandada deputada estadual Bebel (PT): "A Apeoesp tem um viés político não é de hoje. Respeitamos, mas é um viés político e extremado. A deputada estadual que comanda a associação tem um viés político que pratica sempre que possível", declarou.

Reabertura das escolas

No final de junho, o governo de São Paulo anunciou a reabertura das escolas de forma gradual a partir do dia 8 de setembro.

Entretanto, a medida só deverá ocorrer se o estado todo estiver na fase amarela do plano de flexibilização econômica.

O retorno prevê três etapas de retomadas das aulas: a 1ª será com 35% dos alunos, a 2ª com 70% e a 3ª e última com 100% dos alunos. Apesar da perspectiva de reabertura, os estudantes deverão continuar assistindo às aulas on-line.

Em 16 de julho, o governo chegou a anunciar reavaliação da proposta, após estimativa de que retomada das escolas poderia causar a morte de 17 mil crianças em todo o Brasil. No dia seguinte, porém, o secretário de Educação afirmou que a data estava mantida.

Professores da rede pública estadual de SP protestam contra retomada das aulas presenciais — Foto: Felipe Rau/Estadão Conteúdo

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