Por G1 Ribeirão e Franca


Professores de Franca aderiram à greve e paralisaram os trabalhos — Foto: Reprodução / EPTV

Professores da rede estadual da região de Ribeirão Preto (SP) voltaram ao trabalho nesta segunda-feira (3) depois de permanecerem em greve por quatro dias na última semana. Eles cruzaram os braços contra a falta de reajuste salarial há três anos, além de mudanças na Previdência anunciadas pelo presidente Michel Temer (PMDB) e de problemas básicos como a falta de giz nas salas de aula.

A retomada foi decidida após assembleia geral em São Paulo na sexta-feira (31), que pretende voltar a parar no final do mês. "Paralisação fraca, em torno de 10% no Estado todo. Foi fraca e a gente avaliou que nesse momento era melhor a gente fazer uma interrupção", afirmou Mauro Inácio, diretor regional, em Ribeirão Preto, do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp).

De acordo com o conselheiro da entidade em Franca, Laércio Salvador, a decisão também foi tomada em função da falta de condições financeiras de grande parte dos educadores em permanecerem parados sem receber salários.

"Na última greve revê que fizemos ficamos 92 dias. O problema é que a categoria não tem capacidade aquisitiva pra levar uma greve tão longa. Estamos em estado de greve. Têm muitos professores que não têm condições econômicas", disse.

Em nota, a Secretaria de Estado da Educação voltou a informar que mantém negociação aberta com os servidores e que, durante a mobilização, orientou as diretorias regionais a convocar professores eventuais para substituir aqueles que se ausentaram.

Greve dos professores

A paralisação começou na terça-feira (28) e afetou o funcionamento de escolas em cidades da região, como Ribeirão Preto, Barretos (SP) e Franca (SP).

A categoria reivindica reajuste salarial de 22,03%, a reabertura das salas fechadas e se coloca contrária à reforma da Previdência, exigindo a retirada da PEC 287/2016 do Congresso.

Professores da rede estadual fazem greve na região de Ribeirão Preto

Professores da rede estadual fazem greve na região de Ribeirão Preto

Em Franca (SP), por exemplo, unidades como a Escola Estadual Mario D'Elia, no Jardim Consolação, ficaram de portões fechados, como apurou a reportagem da EPTV na semana passada.

No auge da mobilização, 60 das 69 unidades da sub-regional, o que inclui cidades como Patrocínio Paulista (SP), Rifaina (SP) e São José da Bela Vista (SP), tiveram funcionamento afetado, segundo Salvador. Segundo ele, a reposição das aulas perdidas na última semana pelos estudantes ainda será discutida com o Estado.

"Tem que fazer parte da pauta da próxima reunião com a Secretaria de Educação. O sindicato vai negociar esses dias para reposição, vai depender e montar calendário, pode ser sábado, período de recesso em julho, ou pode o professor cobrir colegas. Aí vai depender da negociação que for feita."

Secretaria de Educação

Em nota, a Secretaria de Estado da Educação reiterou o posicionamento anterior de que mantém negociação aberta com os sindicatos e que, no decorrer da mobilização dos professores, as diretorias regionais de ensino foram orientadas a convocar professores eventuais para suprir ausências pontuais.

"Ainda assim, caso qualquer conteúdo tenha sido perdido este será reposto e faltas não justificadas pelos profissionais serão descontadas", informou.

O departamento ainda citou um bônus de R$ 290 milhões para professores e servidores, bem como um acréscimo de 10% a mais nos salários de 18 mil professores de educação básica I, pagos no último dia 7 de março.

"Nenhum professor do Estado de SP recebe menos que o piso nacional (R$ 2.298,80). O salário-base dos professores da rede estadual de ensino PEB II é R$ 2.415,89, ou seja, 5% superior ao piso nacional e acrescido de benefícios", informou.

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