Por G1 AM


Professores levantaram cartazes em protesto durante audiência — Foto: Patrick Marques/G1 AM

Professores da rede estadual de ensino se reuniram com o Governo do Amazonas em uma audiência pública na Assembléia Legislativa, nesta quarta-feira (14). Os servidores cobram reajuste salarial de 35%, além do repasse de 60% do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).

A audiência pública teve início por volta das 11h30, com a fala do presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas e propositor da audiência, David Almeida. Membros do Sindicato dos Professores e Pedagogos de Manaus (Asprom Sindical), Vamseg e professores levaram as reivindicações para discussão.

De acordo com a professora de Manacapuru Suleny Gomes, de 53 anos, cerca de 130 professores do município participaram da audiência.

“Estamos trazendo a nossa data-base. O Governo simplesmente desconsidera esta base. Até então não havíamos sido ouvidos para nada. Queremos conversar e resolver todas estas questões”, disse.

Professores e membros de sindicatos participaram do encontro na Assembleia Legislativa — Foto: Patrick Marques/G1 AM

Ainda conforme a professora, a classe também cobra 60% do Fundeb. Segundo ela, 40% é voltado para demais servidores da educação, que não professores e pedagogos. A outra parte da porcentagem deveria ser repassada para a categoria, o que, de acordo com Gomes, não acontece.

“A lei deixa claro que isto tem que ser gasto com os professores. Não está sendo usado. Queremos que melhorias aconteçam”, comentou a professora.

Professores da Universidade Estadual do Amazonas (UEA) também participaram da audiência. De acordo com a professora e presidente do Sindicato dos Docentes da Universidade Estadual do Amazonas (Sind-UEA), Gimima Silva, a classe protocola solicitações para audiências desde outubro de 2017, para discutir reivindicações.

“Temos quatro anos de não pagamento do dissídio. A nossa data-base é em maio. Já deveríamos estar tratando disto, mas não há nem sinal. Temos um reajuste de 2014 que deveríamos receber de forma escalonada, em que não foi pago em janeiro de 2017. Queremos que aconteça uma roda de conversa para resolvermos estas e outras tratativas”, informou Silva.

Audiência na ALE-AM seguiu na tarde desta quarta-feira (14) — Foto: Patrick Marques/G1 AM

O merendeiro Moacir Lobato, do Movimento Dos Vigias, Auxiliares Administrativos, Merendeiros E Serviços Gerais (Vamseg) informou que a classe também pede o repasse do Fundeb, pois também faz parte da rede estadual de ensino. Ele reclama ainda que servidores da educação sofrem com problemas, como o cancelamento temporário do plano de saúde.

A Coordenadora Geral Do Sindicato Dos Professores E Pedagogos De Manaus (Asprom Sindical), Helma Sampaio, informou que dos 35% de reajuste salarial, 30% é devido a inflação de abril de 2014 a março de 2018, que a classe não recebeu. Outros 5% são de ganho real.

“Esperamos alguma resposta do Governo. Tememos que o Governador esqueça a nossa data-base e chegue na data em que ele não possa conceder o reajuste, pela legislação eleitoral. Vamos nos reunir ainda nesta quarta-feira (14), caso não tenhamos resposta”, comentou a coordenadora.

Cerca de 130 professores do interior também estiveram presentes — Foto: Patrick Marques/G1 AM

Conforme o presidente da Assembléia, David Almeida, a audiência foi proposta para que um documenro seja extraído para ser enviado ao Poder Executivo, a fim de buscar soluções para as reivindicações feitas pela categoria.

Ainda conforme Almeida, representantes da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) foram convidados a participar da audiência, mas não compareceram. Por parte do Governo, apenas uma representante da Secretaria de Estado de Administração (Sead) esteve presente.

O G1 entrou em contato com a Seduc e aguarda um posicionamento da pasta sobre as reivindicações.

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