31/03/2017

Professora cria projeto de valorização da mulher, e escola recebe prêmios

A professora do Centro de Ensino Fundamental nº 12 de Ceilândia, Região Administrativa de Brasília (DF), Gina Vieira, criou o projeto Mulheres Inspiradoras, que leva às salas de aula a valorização da figura feminina. A iniciativa, que tem o objetivo mudar a visão dos jovens sobre o papel da mulher na sociedade, já conquistou diversos prêmios.

O primeiro deles, em 2014, foi o 4º Prêmio Nacional de Educação e Direitos Humanos, apoiado pelo Ministério da Educação. Em seguida, veio a conquista do 8º Prêmio Professores do Brasil e do 10º Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero. O projeto também foi o vencedor do 1º Prêmio Ibero-Americano.

No total, o Mulheres Inspiradoras já levou para o Centro de Ensino Fundamental nº 12 de Ceilândia mais de R$ 100 mil em prêmios. O objetivo, agora, é ampliar o projeto. A educadora, junto à instituição de ensino, está selecionando 30 professores, de 15 escolas do Distrito Federal, que queiram difundir a proposta.

Empoderamento e reconhecimento

Inicialmente, a professora Gina propôs aos alunos a leitura de seis obras de autoria feminina, incluindo autoras com idade similar à deles, como Anne Frank e Malala Yousafzai. “Optei por metodologias que me ajudassem a colocá-los no centro do processo e que os estimulasse a uma participação mais ativa”, explica.

Em seguida, sugeriu o estudo da biografia de dez grandes mulheres bem diferentes uma das outras. “Coloquei mulheres idosas, jovens, negras, brancas, com pouca escolaridade, com muita escolaridade”, afirma Gina. A intenção era fazer com que os jovens compreendessem que, independentemente de onde a mulher esteja, ela pode ocupar um papel e exercer funções que causem impacto positivo na sua comunidade.

Outra etapa do projeto consistiu em levar os alunos a conhecer mulheres inspiradoras da comunidade onde moram. Na fase final, eles foram convidados a escolher a mulher inspiradora de suas vidas. “A gente queria que eles compreendessem também um pouco mais a respeito da própria história.” A maioria dos jovens, garante a professora, escolheu a mãe, a avó ou a bisavó para entrevistar.

Resultados

O primeiro ganho que Gina percebeu foi a ampliação do repertório de leitura dos alunos. “A gente criou momentos de leitura em sala de aula, e os alunos se envolveram muito”, celebra a professora. “Foram momentos muito ricos de aprendizagem, de reflexão e de discussão.”

Houve também mudanças do ponto de vista do comportamento dos alunos, de acordo com a professora. “Alguns alunos me confessaram: ‘professora, eu não sabia, mas eu era machista, porque eu acreditava que a mulher não podia fazer algumas coisas, e quando a gente estudou a biografia das mulheres que a senhora trouxe, eu fiquei impressionado com as coisas fantásticas que as mulheres fizeram’.”

A professora afirmou que o projeto também colaborou para o fortalecimento dos vínculos familiares. A educadora lembra quando uma mãe lhe disse que era muito grata à escola pelo projeto. “Ela disse que o momento em que o filho dela a entrevistou e se declarou inspirado pela pessoa que ela era, fez com que os vínculos entre os dois fossem ainda mais fortalecidos.”

Os textos produzidos pelos alunos após as entrevistas foram reunidos e publicados em um livro, que leva o mesmo nome do projeto. O objetivo, explica Gina, é contribuir para o debate sobre a necessidade da desconstrução do machismo, dando visibilidade a essas grandes mulheres que, muitas vezes, ficam esquecidas.

Ministério da Educação (30.03.2017)

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