A direção informou que, na quarta-feira (4), o pai de um estudante de 7 anos chegou 10 minutos antes do horário de saída, que é 16h30, e foi orientado a preencher um formulário que registra a saída antecipada das crianças, por questões de segurança.

De acordo com os funcionários, o homem foi até a secretaria, mas não preencheu o documento. Em seguida, ele foi até o pátio onde estava o filho, pegou a criança e, ao sair, acabou empurrando duas professoras. Foi quando uma delas caiu, ainda conforme os funcionários.

A docente que caiu prefere não ser identificada. “Eu estava na porta, ali no portão, ele empurrou a mão da outra professora e me empurrou. E eu caí de costas na mureta, com as pernas para cima mesmo, literalmente”, contou.

Conforme a professora, enquanto ela levantava, os outros pais começaram a ficar agitados com a situação. Ela diz que, além de ter sido empurrada pelo pai, também foi agredida verbalmente pela mãe do aluno.

“Foi quando a esposa dele chegou, em cima da rampa, e começou a me agredir com palavras e ameaçar que, se os pais não liberassem ele, ela iria descer e ia me agredir”, detalhou.

A professora contou que está bem fisicamente, mas muito abalada psicologicamente. Segundo ela, o advogado dela deve entrar com uma ação na segunda-feira (9).

“Eu amo o que faço, faço por amor (...) mas eu me sinto frustrada, decepcionada. Eu sei que isso é um caso isolado, que a comunidade [escolar] toda está do meu lado” disse a docente.

Na manhã desta sexta-feira (6), a violência contra professores foi um dos assuntos discutidos em uma reunião entre diretores das escolas municipais, Promotoria da Infância e Juventude e Conselho Tutelar.

A Secretaria de Educação de Maringá informou que, em 2017, já foram registrados três casos de agressão de pais contra professores na rede municipal, em três regiões diferentes da cidade.

“Foram pais ou mães que agrediram por motivos não justificados, porque nenhum motivo justifica a violência, principalmente daqueles profissionais que estão assegurando a aprendizagem dos seus filhos e também a própria segurança da criança”, declarou a secretária de Educação Valquíria Trindade.

A secretária ainda explicou que foram registrados boletins de ocorrência de todos os casos e que a Procuradoria do município vai entrar com ações contra os pais.

Trindade lembrou que existe uma lei que prevê punição de seis meses a seis anos de prisão em casos de violência e desacato a funcionários públicos.

Diante dos casos recentes, a Secretaria de Educação vai dar início a uma campanha de conscientização para os pais e também vai fazer a aproximação com as famílias por meio de reuniões nas escolas e creches.

“Escola é espaço que educa, é espaço de aprendizagem. Não é espaço de violência”, concluiu a Trindade.