(Atualizada às 14h10) - O secretário de Ensino Superior do Ministério da Educação (MEC), Arnaldo Barbosa de Lima Júnior, afirmou nesta quarta-feira que "o professor universitário poderá ser muito rico. Vai ser a melhor profissão do Brasil". A declaração ocorreu durante o lançamento do programa "Future-se", que visa ampliar a participação de verbas privadas no orçamento universitário.
Segundo Barbosa de Lima, o empreendedorismo será a tônica do projeto, com recompensas para as principais inovações, a partir da consolidação de startups. Professores poderão entrar como sócios ou coautores desses projetos e, a partir disso, incrementar sua renda. Segundo o secretário, os docentes também vão receber prêmios em dinheiro por publicação de artigos científicos em revistas de renome.
Para o secretário, o professor atualmente não tem viés empreendedor e não conseguiria um bom salário no mercado privado.
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Além disso, Barbosa de Lima ressaltou que o governo não quer que o aluno faça sua startup na garagem, mas dentro da universidade. "O jovem vai ser libertado da perspectiva de ter de arrumar um emprego ou prestar concurso público, pois serão empreendedores e donos dos próprios destinos", disse.
"A educação brasileira pode ser um produto tipo exportação", disse Barbosa de Lima. "Queremos premiar a cultura do esforço", acrescentou. O secretário falou também que vai "viajar o mundo" em busca de recursos, seja para modernizar parques tecnológicos ou para geração de patentes.
O "Future-se" vai ser financiado por um fundo de direito privado. Esse fundo será administrado por uma instituição financeira — ainda não definida pela pasta — e funcionará sob o regime de cotas.
O projeto, que prevê R$ 102,6 bilhões em incentivos para a captação de verba privada, será enviado em sete semanas ao Legislativo — quatro delas dedicadas à consulta pública. O MEC não detalhou quais leis seriam alteradas na proposta, mas afirmou que não vai mexer em regras constitucionais, já que Propostas de Emenda à Constituição (PEC) exigem mais votos para serem aprovadas no Congresso.