Brasil

'Professor não pode ser constrangido por receber salário digno', diz especialista

Doutor em Educação, Gregório Grisa afirma que docentes que ganham mais de R$ 15 mil, criticados pelo ministro Abraham Weitraub, são minoria
O especialista em dados educacionais e econômicos, doutor em Educação e PhD em Sociologia Gregório Grisa Foto: Reprodução
O especialista em dados educacionais e econômicos, doutor em Educação e PhD em Sociologia Gregório Grisa Foto: Reprodução

O professor do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS), especialista em dados educacionais e econômicos, doutor em Educação e PhD em Sociologia Gregório Grisa afirma que professores que ganham mais de R$ 15 mil  não são maioria.

Onde estão os docentes com salários acima de R$ 15 mil?

Via de regra, universidades mais antigas tem mais professores com maiores salários, mas no global, eles não são maioria.

Esse é um valor alto demais?

Professores mais próximos do fim da carreira, via de regra titulares, são os que recebem salários neste intervalo. Pessoas com anos de docência, coordenação de muitos projetos de pesquisa, extensão e experiência administrativa. É um bom salário para a realidade brasileira, não resta dúvidas, mas é compatível com a atribuição e a exigência do cargo. Não podemos normalizar um cenário em que o professor universitário tenha de ficar constrangido por receber um salário digno.

A educação superior melhorou nos últimos dez anos?

Quando analisamos indicadores do MEC como IGC e o Enade, a qualidade das federais é sempre destaque e isso se mantém mesmo com a expansão. No âmbito da pesquisa, as federais também se destacam. Se pensarmos em produção científica, embora sejamos o 13° na lista geral mundial, o impacto internacional ainda é baixo, mas é muito melhor hoje do que no passado.