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Por Paula Ferreira

O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Danilo Dupas, pediu para deixar o comando do órgão. A saída de Dupas foi anunciada nas redes sociais pelo ministro da Educação, Victor Godoy, que também afirmou que o servidor Carlos Moreno, atual diretor de Estatísticas Educacionais, ocupará o cargo. Ao GLOBO, o ministro confirmou que pretende manter Moreno à frente da autarquia até o final do mandato.

"Anuncio ainda que a saída do atual presidente Danilo Dupas ocorreu por motivos pessoais e a pedido. Agradeço por todo o trabalho realizado nesse período, que trouxe avanços importantes para a Autarquia", escreveu Godoy no Twitter.

A interlocutores Dupas justificou o pedido de demissão alegando que voltaria para o Mackenzie, onde atuava antes de integrar o governo. Dupas assumiu presidência do órgão em fevereiro de 2021, indicado pelo ex-ministro Milton Ribeiro. Dupas era próximo do ex-ministro e foi mantido no cargo por Ribeiro após estar no centro da maior crise da história do Inep. Segundo fontes, Godoy não tinha boa relação com Dupas, que ocupava um cargo estratégico sem ter sido indicado por ele. Quando Milton Ribeiro deixou o ministério, o ex-presidente do Inep perdeu seu fiador na autarquia.

Em novembro do ano passado, às vésperas do Enem, 37 servidores da autarquia entregaram seus cargos de coordenação e denunciaram publicamente a conduta de Dupas à frente do órgão. Os servidores relataram casos de assédio moral, censura e conduta indevida de Dupas na condução de suas funções no Inep.

Blindado por Milton Ribeiro, Dupas negou as acusações em audiência na Câmara dos Deputados e argumentou que os servidores estavam descontentes devido a mudanças promovidas por ele no órgão. A saída de Dupas foi comemorada por funcionários da autarquia, que consideraram um sinal de deferência o fato de um servidor da autarquia assumir o cargo máximo no Inep.

O novo presidente do órgão, que ocupará o cargo interinamente a partir de agosto, é servidor de carreira do Inep e ocupava há 12 anos o cargo de Diretor de Estatística da autarquia, área responsável pelos Censos feitos pelo órgão, entre outros. Carlos Moreno é mestre em estatística pela Universidade de Brasília e doutorando em Educação pela Universidade Católica de Brasília.

"Anuncio que a partir de 1° de agosto o diretor Carlos Moreno será o novo presidente do Inep, respondendo interinamente e garantindo a continuidade dos exames e avaliações fundamentais para toda a sociedade brasileira. Já ocupou diversas funções no INEP e conhece profundamente os processos, avaliações e exames da Autarquia", escreveu o ministro da Educação.

Ao GLOBO, o novo presidente do Inep buscou tranquilizar os candidatos de avaliações do órgão, como o Enem.

— Faço parte desse corpo de servidores que tem o compromisso de garantir essas entregas nesse momento difícil, faltando 5 meses para a conclusão desse governo, tendo eleições. Assumo para dar essa tranquilidade sobretudo para aqueles que estão inscritos no Enem, no Enade, e no Revalida, que são exames que ainda serão aplicados pelo Inep neste ano. Essa é minha missão aqui nesse momento — afirmou Moreno.

Questionado se ficará no cargo até o final do mandato do presidente Jair Bolsonaro, o novo presidente do Inep afirmou que avaliará a possibilidade caso ela apareça.

— A gente tem que que cumprir as missões quando elas vão acontecendo e acho que a missão agora é dar essa estabilidade na transição com a saída do presidente Danilo. Essa é minha missão agora. Como servidor do Inep, eu me sinto muito confortável em cumpri-la, embora saiba que é muito difícil dada a complexidade das ações que o Inep desenvolve — disse.

Além das avaliações feitas pelo órgão, Moreno destacou que a implementação do novo Fundeb é mais um desafio para o corpo técnico do Inep:

— O novo Fundeb será implementado agora com novos indicadores e são ações que estão regularmente sendo desenvolvidas pelo corpo técnico do Inep. Tudo isso precisa de atenção, muito profissionalismo e dedicação dos servidores. A gente não pode deixar que a saída do presidente Danilo tenha qualquer impacto em relação às atividades que estão em andamento— explicou.

Crise histórica

A gestão do ex-presidente Danilo Dupas à frente do Inep foi marcada pela maior crise vivenciada pela instituição em mais de 80 anos de história. Em novembro de 2021, servidores da autarquia divulgaram um manifesto contra o então presidente.

"Nos últimos meses, o clima organizacional é de desconfiança intimidação, assédio, perseguição e insegurança psicológica", afirmaram os servidores na carta.

Além da conduta de Dupas com os funcionários, o corpo técnico do Inep também denunciou tentativas de interferência na prova do Enem. Os servidores reuniram as acusações em um documento encaminhado à Câmara dos Deputados, ao Tribunal de Contas da União, à Controladoria-geral da União e o Ministério Público.

As denúncias também foram submetidas à Comissão de Ética Pública, que assessora a Presidência da República. Em maio, o grupo decidiu arquivar o processo por "falta de materialidade".

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