Por Bernardo Bortoloto, SP1 — São Paulo


Prefeitura da capital regulamenta volta às aulas

Prefeitura da capital regulamenta volta às aulas

A Prefeitura de São Paulo publicou um decreto nesta quinta-feira (28) definindo as datas e as regras para a volta das aulas presenciais para fevereiro. A medida que já havia sido anunciada foi formalizada com a publicação no Diário Oficial. As aulas nas escolas da cidade estão suspensas desde o dia 16 de março do ano passado por causa da pandemia de coronavírus.

Está liberado o funcionamento de bibliotecas, laboratórios, atividades esportivas, cantinas, refeitórios e espaços administrativos, desde que sejam respeitados os protocolos sanitários e a capacidade máxima de 35%.

O texto reforça que estão vedadas atividades que possam gerar aglomerações. O retorno às aulas presenciais será facultativo, a critério dos pais ou responsáveis.

A partir da próxima segunda-feira (1º), as escolas particulares da capital estão liberadas para retomarem as atividades presenciais. Já os alunos da rede pública vão precisar esperar mais. Na rede pública municipal, os professores voltam no dia 1º, mas o retorno dos alunos será feito no 15 de fevereiro. Já as escolas estaduais retomam às aulas no dia 8 de fevereiro.

Na Grande São Paulo, o calendário é diferente. A rede pública de Guarulhos retoma as aulas presenciais na próxima quarta-feira (3). Osasco e o Grande ABC retornam na próxima segunda-feira (1º).

A partir da próxima segunda-feira (1º), porém, os estudantes mais vulneráveis da rede estadual poderão ir todos os dias para comer a merenda. Para isso, os pais ou responsáveis precisam manifestar interesse no portal da secretaria escolar digital. O cadastro, segundo o governo do estado, é para que não haja desperdício de comida.

Volta às aulas

As escolas estão se preparando para o retorno às aulas presenciais. Uma escola particular do bairro Pompeia, na Zona Oeste de São Paulo, pretende seguir todos os protocolos sanitários.

Há dois tapetes para limpar os pés, termômetro, álcool gel para as mãos e um pulverizador para as mochilas dos estudantes. Para os professores há máscara, jaleco e protetor facial. Segundo a coordenadora pedagógica do colégio, Sandra Scapin, todas as adaptações são para que os alunos se sintam seguros nesse momento de readaptação.

“Nós teremos praticamente um terço dos alunos voltando e esse rodízio a princípio será semanal para que nós possamos sistematizar todo o protocolo sanitário e o acolhimento social e emocional para que os alunos sintam segurança nessa readaptação ao ambiente escolar”, afirma.

Por causa do rodízio, a escola estuda adotar um revezamento entre os alunos, que deverão frequentar as aulas uma semana presencialmente e outras duas semanas remotamente, por exemplo. Outra adaptação é para que o distanciamento social seja mantido. Os alunos vão ver adesivos no chão, nos bancos e nas paredes indicando o número de alunos por sala.

A Carolina Angelotti e seus filhos não viam a hora de as aulas voltarem.

“Alguns pais voltaram a trabalhar e as crianças ficaram e foram ficando, e foram ficando... Elas precisam do convívio social e realmente, ter aula presencial e contato com o professor vai fazer toda diferença no aprendizado delas”, afirma.

Como o retorno às aulas presenciais é facultativo, alguns pais não pensam em mandar os filhos para a escola ainda, como a dona de casa Thaís Cruz. A filha dela estuda em uma escola municipal de Parelheiros, na Zona Sul de São Paulo.

“Eu não vou mandar sem a vacina, não. Por quê? Porque ela não sabe se cuidar, ela coloca máscara, depois ela tira, criança é assim”, afirma.

O aluno da rede municipal que não retornar à escola deverá acompanhar as aulas pela internet.

Para garantir a segurança de quem voltar, a Prefeitura diz que equipes de Unidades Básicas de Saúde (UBS) devem ir às escolas para acompanhar estudantes e professores neste retorno. Algumas escolas serão escolhidas para monitorar os índices de contágio do coronavírus, de acordo com Minéa Paschoaleto Fratelli, secretária-adjunta municipal de educação.

“Há todo um roteiro, toda uma organização. Temos professores e agentes de apoio que atuam na escola para garantir esse distanciamento, a organização dos espaços e atividades para que não haja aglomeração e para que as crianças não façam trocas de objetos, principalmente as crianças pequenas. Esse retorno é fundamental porque a gente vai reaprender a usar os espaços da escola de forma diferente para garantir tanto a aprendizagem, o desenvolvimento, quanto a segurança das crianças e dos educadores”, afirma.

Mães protestam na porta da Secretaria Municipal da Saúde de SP e pedem que prefeitura não volte atrás na decisão de reabrir as escolas — Foto: Thiago Guerreiro/TV Globo

Protesto

Nesta quinta-feira (28) houve um panelaço em frente à Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, na Vila Buarque, região central da capital. Pais, alunos e professores das redes pública e privada do movimento Escolas Abertas pediram que a Prefeitura não volte atrás na decisão de permitir a volta às aulas em fevereiro, desde que sejam respeitados todos os protocolos sanitários.

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