Por Sistema Fiep

No Brasil, o número de matrículas na modalidade de Ensino Médio integrado à educação profissional teve um crescimento de 31%, passando de quase 555 mil alunos em 2017 para mais de 725 mil em 2021. Esses dados são do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e demonstram a busca crescente pela Educação Profissional e Tecnológica (EPT), modalidade da Educação Nacional que tem o objetivo de preparar alunos para o exercício de uma profissão.

Entretanto, apesar do aumento na procura, o país ainda está distante do índice de outras nações. Segundo a Education at a Glance 2021/OCDE, na União Europeia, alunos do ensino médio que fazem um curso técnico ou de qualificação são 43% do público, no Chile 29%, e na Colômbia, 24%. No Brasil, o percentual é de 9%.

Enquanto isso, especialistas que atuam na área de educação defendem e explicam por que esse tipo de ensino é tão promissor e deveria ser mais considerado entre estudantes. O principal motivo é por representar oportunidades desde cedo. Como explica Juliana Maia, coordenadora de Educação e Negócio no Sistema Fiep, a EPT tem um papel fundamental no desenvolvimento de competências importantes para o mercado de trabalho e empregabilidade, como resolução de problemas, trabalho em equipe e comunicação. Todos esses fatores são requisitados pelo mercado em qualquer área de atuação. Jovens que buscam o primeiro emprego, por exemplo, têm muito mais chances quando já possuem qualificações técnicas.

É o caso de Matheus Novitzki Bueno, que estudou no Colégio Sesi no Ensino Médio e fez cursos técnicos no Senai. Ele conta que resolveu cursar o ensino profissional e técnico desde a escola pela diferença competitiva no mercado. “Quando eu entrei no Grupo Boticário, um dos destaques pra eu me sair bem na entrevista foi já ter ensino técnico junto do ensino médio. No trabalho, além de uma capacidade pra apresentações e uma boa desenvoltura com as questões de comunicação que o Sesi e o Senai me proporcionaram, eu já tinha um conhecimento prévio da técnica. Então, eu já tinha uma boa base e feelings para as atividades”, conta o universitário, que já cursou o Tecnólogo em Processos Gerenciais na primeira graduação e está no 9º período de Engenharia da Produção, também no UniSenai Paraná.

Em relação à demanda da indústria, o levantamento do Observatório Nacional da Indústria, com base no Mapa de Trabalho Industrial 2022-2025, mostra que o Brasil precisará capacitar 77 mil técnicos para atuar nas oportunidades de emprego industrial neste ano. As vagas nesse nível de formação contabilizarão 2,2 milhões de postos de trabalho. Em quatro anos, devem ser criadas 497 mil novas vagas formais em ocupações industriais, saltando de 12,3 milhões para 12,8 milhões de empregos formais.

"Pesquisas apontam que as empresas aceitam bem as pessoas que passaram pela educação profissional, oferecendo uma remuneração superior para esses casos. Isso comprova que a modalidade tem um papel relevante no desenvolvimento econômico e social, promovendo a formação integral do sujeito", acrescenta Juliana.

Outro ponto importante para o desenvolvimento dessa modalidade é que deve atender às expectativas locais. “Entendemos que a EPT deve responder às particularidades regionais dos setores, produtos e à necessidade de os indivíduos poderem construir sua formação no decorrer do tempo, agregando novos conteúdos, de forma mais digital e ágil, que amplie suas competências técnicas e socioemocionais. Isso facilita a inserção e permanência no mundo do trabalho”, comenta Juliana.

À medida em que a tecnologia evolui, os sistemas, tarefas e processos mudam, e os estudantes precisam atualizar suas habilidades constantemente. “Trabalhadores que estejam em contínuo processo de formação profissional são capazes de propor soluções mais eficazes para os problemas cotidianos das empresas, adaptam melhor os produtos e processos produtivos, bem como desenvolvem e apoiam a implementação de inovações”, comenta Juliana.

Do ponto de vista da educação tecnológica, o coordenador de Graduação do UniSenai, Joubert Alexandro Machado, enfatiza que são conhecimentos que preparam os futuros profissionais para atuarem de forma atualizada e alinhada com as demandas e tecnologias emergentes do mercado de trabalho.

Para ele, os estudantes que possuem contato com a educação tecnológica desde cedo desenvolvem postura e maturidade profissionais diferenciadas, com mais confiança, raciocínio mais ágil, comportamento resiliente e atitude positiva. Por isso, tendem a estar à frente daqueles que não tiveram a mesma formação tecnológica. “O crescimento intelectual e de criatividade afloram e os tiram de uma inércia ou de um ciclo curto, colocando-os em uma exponencial de crescimento, devido a uma busca natural que se consolida a cada etapa vivenciada”, compartilha Joubert.

Barreiras que a EPT precisa superar no Brasil

Um dos principais desafios para a expansão da educação profissional no Brasil é a barreira cultural, que a associa a uma opção exclusiva para classes econômicas menos favorecidas. Outro desafio é superar a ideia de que trata-se apenas de uma resposta superficial às demandas do mercado de trabalho. A EPT não deve ser vista como uma alternativa secundária, mas como um aprimoramento do currículo profissional que pode ser o primeiro passo para uma carreira promissora, a partir de uma formação integral, que promove o desenvolvimento econômico, social e cultural da sociedade.

Para isso, essa forma de ensino deve abranger competências técnicas e comportamentais e também simulações de situações do ambiente de trabalho para capacitar os estudantes com habilidades técnicas e socioemocionais.

A Educação Profissional e Tecnológica oferecida pelo Sistema Fiep, por exemplo, coloca os estudantes em contato com cases reais relacionados a empresas e indústrias reais. Os alunos vivenciam uma jornada de aprendizagem que inclui várias etapas, como "Mão na Massa", "Vivenciando a Indústria", "Hora de Falar", internacionalização e prototipação. Essas experiências contribuem para uma formação tecnológica sólida e prepara os alunos para as complexidades do mercado de trabalho.

As diretrizes do ensino do Sistema Fiep para a educação profissional incluem cursos organizados por eixos tecnológicos, com itinerários formativos flexíveis, diversificados e atualizados.

Saiba aqui quais os cursos de Educação Profissional e Tecnológica do Sistema Fiep.

Sistema Fiep

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