Por g1 Rio


Anielle Franco aceita Ministério da Igualdade Racial — Foto: Reprodução

Anielle Franco comemorou nas redes sociais o anúncio de seu nome para comandar o Ministério da Igualdade Racial a partir de 2023, durante o governo Lula. O anúncio da nomeação foi feito nesta quinta-feira (22) pelo prórpio presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva. Além dela, outros 20 ministros já foram confirmados.

Em suas redes sociais, a futura ministra dedicou a decisão de chefiar a pasta à memória da irmã, Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro assassinada em 14 de março de 2018, e à população negra do país.

'Em nome da memória da minha irmã e das mais de 115 milhões de pessoas negras no Brasil, que são maioria da população e que precisam de um governo que se preocupe com os seus direitos de bem viver, de oportunidades, com segurança, comida, educação, emprego, cultura, dignidade ", disse, em suas redes sociais.

Anielle, que é jornalista, escritora, educadora e ativista dos direitos das mulheres e dos negros, ressaltou a importância dos grupos de resistência da política do país e contou um pouco da sua trajetória no meio.

Quem é Anielle Franco, nova ministra da Igualdade Racial

Quem é Anielle Franco, nova ministra da Igualdade Racial

"Minha relação com o movimento se estreitou nos últimos cinco anos, mas tenho certeza que é por meio da troca, diálogo, abertura e participação que vamos avançar na busca por igualdade e dignidade para pessoas negras, todas as etnias, nações e povos que habitam o nosso país".

Igualdade racial é prioridade

O Ministério da Igualdade Racial já vinha sendo tratado como uma prioridade para lideranças negras desde o início dos trabalhos do grupo de transição do governo.

Um grupo de especialistas teve a missão de indicar nomes de referências negras para compor todas as pastas da gestão petista.

Além de fazer um raio-x da área, que teve seu orçamento reduzido a zero, os integrantes tiveram como prioridade colocar o combate ao racismo no centro das pautas, da economia às mudanças climáticas, e pleiteiam a criação de um ministério para tal.

Anielle também se comprometeu a recuperar a atuação pública no combate às desigualdades sociais.

"Minha relação com o movimento se estreitou nos últimos cinco anos, mas tenho certeza que é por meio da troca, diálogo, abertura e participação que vamos avançar na busca por igualdade e dignidade para pessoas negras, todas as etnias, nações e povos que habitam o nosso país".

Instituto Marielle Franco

Estátua de Marielle Franco — Foto: Reprodução/TV Globo

Antes de aceitar o comando do Ministério, Anielle disse que refletiu com a família, companheiras de caminhada e do movimento. Para chefiar a pasta, a jornalista informou que precisará deixar o comando executivo do Instituto Marielle Franco, que passará a ser gerido por uma equipe temporária. A instituição tem iniciativas nas áreas de educação e na luta por igualdade racial.

"O Instituto Marielle Franco seguirá lutando por justiça, defendendo a memória e regando suas sementes. Deixarei de ocupar o cargo de Diretora Executiva e o Instituto será gerido temporariamente pela equipe de gestão e apoiado pelo conselho e a família até a transição completa", declarou.

Anielle nasceu na Maré, conjunto de comunidades na Zona Norte do Rio de Janeiro. É bacharel em Jornalismo e em Inglês pela Universidade Central da Carolina do Norte, bacharel-licenciada em Inglês/Literaturas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), mestra em Jornalismo e em Inglês pela Universidade da Flórida A&M e doutoranda em linguística aplicada na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

A futura ministra integrou a equipe do governo de transição do presidente eleito e atuou no grupo que tratou de políticas para as mulheres.

"Importante ressaltar que não adentro a equipe de transição sozinha, chego com o legado de Marielle e com a trajetória das mulheres negras. Isso mostra que somos muito maiores que qualquer discurso de ódio, desinformação e violências", disse Anielle sobre a sua nomeação na equipe de transição.

Na ocasião, ela ressaltou a importância da participação de mulheres e pessoas negras nos espaços de poder.

"Também é importante que nós, mulheres e pessoas negras, estejamos em todos os espaços de decisão de forma transversal. Somos qualificadas para estar em todos ministérios e secretarias. Vamos construir o Brasil do futuro, da esperança, para todas, todes e todos", afirmou.

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