SÃO PAULO - Para quem já lidou com os sustos no último Enem, com aglomeração e condições sanitárias inadequadas em plena pandemia, a debandada de 37 servidores do órgão responsável pela realização do Exame é mais um duro teste. Neste e em outros temas, infelizmente, o atual MEC parece não se cansar de produzir cenas de descaso e incompetência. A desconfiança é real. O temor, inevitável. Significa que haverá problemas sérios? Não necessariamente, mas é fato que os riscos foram aumentados.
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Os servidores que pediram exoneração de cargos de liderança do INEP alegaram como um dos motivos do movimento a “fragilidade técnica e administrativa da atual gestão”. A maioria estava ligada ao Enem, e um dos grupos mais afetados pelas baixas é a Equipe de Incidentes e Resposta (ETIR), que cuida das intercorrências que podem ocorrer ao longo da aplicação do exame.
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Em outras palavras: uma estrutura que em anos anteriores se mostrou crucial para responder rápido a eventuais problemas durante o processo de aplicação - o que não é incomum - foi debilitada. Não significa, é claro, que um “desastre” já está consumado e a torcida é para que tudo corra bem. Mas não é possível negar que o atual governo criou uma situação muito delicada e com potencial de impactar milhões de pessoas.