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Marcus Barão e Mariana Resegue

Política para e com as juventudes

País precisa se posicionar na garantia dos direitos; amanhã será tarde demais

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Marcus Barão

Coordenador-geral do Atlas das Juventudes e presidente do Conjuve (Conselho Nacional da Juventude)

Mariana Resegue

Jornalista, é coordenadora estratégica do Em Movimento e coordenadora-geral do Atlas das Juventudes

O Brasil vive um momento ímpar: temos a maior geração de jovens do nosso país. São quase 50 milhões de pessoas entre 15 e 29 anos (um quarto da população), que representam potência, poder de desenvolvimento e inovação. Ainda assim, os desafios impostos para as juventudes brasileiras (sim, no plural, pois são muito diversas) são imensos e estão mapeados na plataforma Atlas das Juventudes, maior repositório de dados sobre jovens no Brasil.

Violência, racismo, educação, saúde e trabalho são alguns deles, todos agravados pela pandemia.

A mobilização que resultou em mais de 2,5 milhões de títulos emitidos por eleitores entre 15 e 18 anos foi histórica e mostrou que eles querem participar das transformações que desejam, mas ainda falhamos como país em garantir políticas públicas a essa faixa etária. Desde 2013, quando foi aprovado o Estatuto da Juventude, esse público aguarda a efetivação dos seus direitos em uma política de Estado.

É uma geração inteira que se tornou adulta sem enxergar o compromisso público com suas demandas. A ponto de "juventude" não ter orçamento garantido nem estar presente no último plano plurianual do atual governo, segundo relatório do Conjuve, o Conselho Nacional da Juventude.

Em 2060, um em cada quatro brasileiros terá 60 anos ou mais. Isso significa que temos agora uma janela única e urgente de oportunidades de ação para as gerações futuras.

No intuito de facilitar e propor um caminho com comprometimento para essa construção coletiva em diferentes níveis, o Atlas das Juventudes lançou nacionalmente o "Juventudes do Agora - Diretrizes e Bases para uma Política Nacional Para e Com as Juventudes"*. O documento pode ser acessado no www.juventudesdoagora.com.br e propõe uma metodologia para o fortalecimento de uma agenda a ser adotada pelos governantes eleitos para concretizar políticas públicas que respondam aos desafios, anseios e sonhos das juventudes. A sociedade civil também pode acessar e assinar na plataforma seu compromisso social, pressionar e acompanhar os desdobramentos dos parlamentares no cumprimento dessa agenda.

O guia contém, além de outros pontos, os compromissos prioritários com as juventudes brasileiras e os passos para tornar essa política uma realidade.

Candidatos às eleições estão recebendo a proposta. A intenção é conseguir incidência nas eleições, nas candidaturas e na mobilização massiva de jovens em todo o Brasil, com um plano de influência que se estenderá também ao período pós-eleitoral, na transição governamental e na definição das prioridades para os cem primeiros dias de governo e do Legislativo até a proposição do Plano Nacional de Juventude.

Em um ano importante como este, em que eleições decisivas estão à nossa porta, é essencial que o Brasil inteiro saiba que as juventudes precisam ser agenda prioritária de todo e qualquer governo.

Já passou da hora de o Brasil se posicionar na garantia dos direitos dessas juventudes —e precisa ser agora: amanhã será tarde demais.

* O Juventudes do Agora é uma iniciativa do Atlas das Juventudes. Tem a missão de fortalecer a democracia participativa e o protagonismo juvenil na consolidação de uma política de Estado e de uma agenda de desenvolvimento para o Brasil

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