Por G1 Rio


Governo do RJ deve cortar 30% dos salários de professores e funcionários da Uerj

Governo do RJ deve cortar 30% dos salários de professores e funcionários da Uerj

O governador Luiz Fernando Pezão decidiu cortar 30% dos salários de professores e funcionários da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), que está sem aulas há cinco meses. A informação foi confirmada pela assessoria Governo do RJ após a publicação na coluna do jornalista Ancelmo Góis, no jornal "O Globo". Não foi divulgado por quanto tempo seria realizado o corte.

Após a decisão, o G1 tentou contato com os funcionários da universidade, mas não obteve resposta até a última publicação desta reportagem.

A Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação, a qual a Uerj está subordinada, destacou que não vai comentar o assunto pois a instituição possui autonomia e a decisão partiu pessoalmente do governador, e não do órgão.

Desde o início da paralisação, professsores, alunos e trabalhadores dizem que a interrupção das aulas não se trata de uma greve. Devido a atrasos em pagamentos de salários e fornecedores, houve corte de serviços essenciais, como limpeza, manutenção de elevadores e segurança. Com isso, segundo eles, não há condições de as aulas serem realizadas e a direção da instituição decidiu adiar o recomeço das aulas por pelo menos cinco vezes.

Segundo o governo, Pezão prometeu colocar em dia toda a despesa de custeio da instituição.

Aulas podem ser retomadas

Depois de seguidos adiamentos, as aulas na Uerj podem ser retomadas na próximas semana, a partir de segunda-feira (27). Uma reunião do fórum de diretores das unidades da Uerj aprovou a proposta da reitoria da universidade para o reinício das atividades.

Como mostrou o Bom Dia Rio desta sexta, houve uma renegociação dos contratos com as empresas terceirizadas que concordaram em retomar suas atividades a partir da segunda-feira que vem, mesmo sem receber o pagamento da dívida da instituição. Esses funcionários fazem parte das equipes de limpeza e manutenção de elevadores, por exemplo.

O reitor Ruy Garcia afirmou que, se houver o pagamento das bolsas de fevereiro dos 7,5 mil alunos cotistas e o estabelecimento de um calendário para pagamentos dos salários e bolsas de estudo, a Uerj pode reiniciar as aulas no meio da semana que vem.

“Nós recebemos agora recentemente o mês de janeiro. As bolsas foram pagas, também, todas até o mês de janeiro. Existe uma expectativa de que ao menos as bolsas de alunos cotistas sejam pagas referente ao mês de fevereiro sejam pagas brevemente de maneira que a gente possa pensar numa retomada das atividades Uerj, a partir da próxima semana, não de segunda-feira, mas durante a semana”, disse o reitor.

Ruy Garcia Marques falou também sobre o pagamento dos salários dos professores do Colégio de Aplicação da Uerj, também com aulas atrasadas e paralisadas.

“Nós não temos, até o momento, nenhum calendário disponibilizado pelo governo referente ao mês de fevereiro. Recentemente, começamos a ouvir que o CAp poderia ser pago, seus docentes e administrativos, por meio do Fundeb, o Fundo do Ensino Básico. Lá no Cap tem desde o ensino básico à pós-graduação. Isso é dividir uma universidade. Isso é, alguns vão receber antes enquanto outros não tem sequer um calendário pra receber, mas mesmo que isso aconteça, e isso pode acontecer, sem a nossa interferência, isso certamente não levará à divisão da nossa universidade”, explicou Ruy Garcia.

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