Por G1 Santos


Petroleiros realizam protesto em frente ao Terminal Transpetro, em Santos, SP

Petroleiros realizam protesto em frente ao Terminal Transpetro, em Santos, SP

Petroleiros realizaram na manhã desta quinta-feira (30), em Santos, no litoral de São Paulo, manifestação em apoio a estudantes e professores contra o bloqueio de recursos para a educação anunciado pelo Ministério da Educação (MEC). A manifestação começou por volta das 6h em frente ao Terminal Transpetro, na Alemoa, encerrou às 9h30.

O ato também ocorreu em defesa das refinarias, contra a privatização e a Reforma da Previdência. "É trabalhador e estudante junto. E nós estamos, também, com a pauta da Reforma da Previdência", afirma o diretor de comunicação do Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro), Fábio Mello. "É um verdadeiro absurdo", completa.

Para o Sindipetro, a privatização fará com que o governo abra mão do controle de preços, dando carta branca para que as multinacionais decidam o valor e o destino do combustível produzido no Brasil.

No último dia 15 de maio, petroleiros, servidores do judiciário, estudantes e professores fizeram manifestações em Santos e Cubatão (SP). De acordo com representantes dos atos em prol da educação, o bloqueio afeta a compra de materiais e pesquisas. Segundo a professora da Unifesp, Luciana Surjus, a ação teve como objetivo "conscientizar sobre a importância do investimento na educação".

Santos, 7h35: Petroleiros se mobilizam em apoio a estudantes e professores contra cortes na educação — Foto: Reprodução/TV Tribuna

Bloqueios na educação

Em abril, o Ministério da Educação divulgou que todas as universidades e institutos federais teriam bloqueio de recursos. Em maio, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) informou sobre a suspensão da concessão de bolsas de mestrado e doutorado.

De acordo com o Ministério da Educação, o bloqueio é de 24,84% das chamadas despesas discricionárias — aquelas consideradas não obrigatórias, que incluem gastos como contas de água, luz, compra de material básico, contratação de terceirizados e realização de pesquisas. O valor total contingenciado, considerando todas as universidades, é de R$ 1,7 bilhão, ou 3,43% do orçamento completo — incluindo despesas obrigatórias.

Em 2019, as verbas discricionárias representam 13,83% do orçamento total das universidades. Os 86,17% restantes são as chamadas verbas obrigatórias, que não serão afetadas. Elas correspondem, por exemplo, aos pagamentos de salários de professores, funcionários e das aposentadorias e pensões.

Segundo o governo federal, a queda na arrecadação obrigou a contenção de recursos. O bloqueio poderá ser reavaliado posteriormente caso a arrecadação volte a subir. O contingenciamento, apenas com despesas não obrigatórias, é um mecanismo para retardar ou deixar de executar parte da peça orçamentária devido à insuficiência de receitas e já ocorreu em outros governos.

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