publicado dia 23/09/2021

Pesquisa traça perfil de professores de Inglês no Brasil e desafios da carreira

por

TAGS:
WhatsappG+TwitterFacebookCurtir

O Observatório para o Ensino da Língua Inglesa realizou uma pesquisa nacional e pioneira a respeito das 172.030 professoras e professores de Inglês na Educação Básica brasileira e lançou um podcast sobre ensino e aprendizagem da Língua Inglesa.

Leia + Inglês na BNCC

Em resumo, descobriram que 80,34% são mulheres e 19,66% homens, com uma idade média de 41,2 anos, 16,70% não têm Ensino Superior completo e cada profissional leciona em média para cerca de 300 estudantes.

Os resultados estão organizados de forma a permitir o acesso a dados específicos de estados e municípios, e fazer cruzamentos para conhecer as realidades locais do ensino de Língua Inglesa. O intuito é apoiar o planejamento de ações de acordo com cada realidade.

O levantamento, feito a partir do Censo Escolar da Educação Básica 2020 e o Censo da Educação Superior 2019, está disponível em uma seção interativa no Observatório, plataforma online viabilizada pelo governo britânico, implementada e desenvolvida pelo British Council que visa fomentar debates, compartilhar experiências, sistematizar e produzir conteúdo para contribuir com o fortalecimento do ensino e aprendizagem do idioma no Brasil.

Quem são as professoras e professores de Inglês no Brasil: alguns dados

É significativo o percentual de não declarados no quesito cor ou raça: 27,84%. Esse número prejudica o entendimento do quadro. Tendo em vista os dados existentes, a maioria é branca (38,89%), seguida de perto pelos que se declaram pardos (27,68%) e pretos (4,01%). Indígenas e amarelos são minoria (0.81% e 0.76%, respectivamente).

Percentuais mais elevados de docentes de cor branca estão nas redes estadual (51,39%) e federal (48,53%). Em menor proporção estão docentes negras e negros, principalmente nas redes municipal (39,35%) e privada (28,08%). A rede privada detém o maior percentual de docentes de língua inglesa para os quais não há informação sobre cor ou raça (33,60%).

Em termos nacionais, um docente de inglês leciona em média para 303 alunos; atendendo aproximadamente 12,66 turmas, das quais 5,73 são de inglês. A rede estadual é a que apresenta maior sobrecarga de trabalho, expressa em termos de médias de alunos por docente (416,06), de turmas (14,46), de turmas de inglês (7,44), de escolas (1,62), de etapas de ensino (1,89) e de diferentes redes (1,23).

De modo geral, essas professoras e professores não ensinam exclusivamente inglês: lecionam também para turmas de outras línguas e/ou de outras matérias, em diferentes escolas e diferentes etapas de ensino e diferentes redes, o que compromete a possibilidade de maior engajamento e dedicação a projetos político-pedagógicos nas escolas.

Do total de turmas de língua inglesa em todas as redes, 29,42% estão com docentes com titulação adequada, isto é, que tenham cursado licenciatura única (Letras: Inglês) ou dupla (Letras: Português-Inglês) ou que tenham cursado bacharelado nessas duas áreas e tenham complementação pedagógica concluída em língua inglesa. Isto significa que a maior parte das turmas parece contar com docentes com titulação inadequada (70,58 %). Nenhum ente federativo tem um percentual de turmas de língua inglesa lecionadas por docentes com titulação adequada próximo dos 100%.

A maioria de professoras e professores de língua inglesa não possui formação complementar acima de 80 horas: 61,49% dos docentes indicaram não possuir formação complementar e 24,19% informaram ter formação em áreas não especificadas no questionário do Censo Escolar 2020.  A resolução do nº1 de 17/06/2004 CNE/MEC institui a obrigatoriedade de formação de professores em relações étnico-raciais e história e cultura afro-brasileira e africana.

A pesquisa é fruto do programa do governo britânico UK-Brazil Skills for Prosperity, iniciativa global que coloca a língua inglesa como habilidade-chave para melhores condições de empregabilidade e avanço social. No Brasil, o projeto é implementado por um consórcio de quatro organizações sem fins lucrativos e liderado pela Fundação Lemann, incluindo a Associação Nova Escola, Instituto Reúna e o British Council.

O podcast do Observatório

Para marcar a divulgação da pesquisa sobre o perfil das professoras e professores de inglês do país, o Observatório para o Ensino da Língua Inglesa lança seu primeiro podcast original. O conteúdo é voltado para docentes de língua inglesa, gestores e profissionais da educação. O objetivo é oferecer informações e discussões qualificadas sobre a docência em língua inglesa, com entrevistas que contribuem para o entendimento do ouvinte a respeito do cenário brasileiro de ensino e aprendizagem de inglês.

A primeira temporada conta com seis episódios que trazem entrevistas com especialistas de diferentes regiões do Brasil – elas e eles discutem temas como letramento racial crítico em sala de aula, importância da avaliação, inglês no século XXI, entre outros temas atuais do setor. Os episódios serão lançados semanalmente, sempre às quintas-feiras, nas principais plataformas de áudio, e disponibilizados no Observatório.

Confira o primeiro episódio:

Observatório apoia educadores brasileiros no ensino da Língua Inglesa

As plataformas da Cidade Escola Aprendiz utilizam cookies e tecnologias semelhantes, como explicado em nossa Política de Privacidade, para recomendar conteúdo e publicidade.
Ao navegar por nosso conteúdo, o usuário aceita tais condições.