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Pesquisa revela que 32% de estudantes de 11 a 17 anos buscaram apoio emocional na internet

Pesquisa revela que 32% de estudantes de 11 a 17 anos buscaram apoio emocional na internet

Uma pesquisa divulgada nesta terça-feira (16) revelou como crianças e adolescentes acessam a internet no Brasil em busca de ajuda e de informações sobre emoções, sentimentos e saúde.

As consultas são inevitáveis. “Você pode pesquisar coisas sem medo de ser julgado”, diz Max Medeiros, de 15 anos.

Mas agora dá para saber o tamanho dessa realidade. Uma pesquisa feito pelo Cetic, um centro de estudos apoiado pela Unesco, mostra que 32% das crianças e dos adolescentes de 11 a 17 anos buscam apoio emocional na internet. Pode ser por um canal de ajuda, instituições ou até mesmo a conversa com um amigo.

Max tem um palpite para esse percentual elevado.

“Tem a questão de você achar que seu pai vai se preocupar demais com você ou a sua mãe invadir o seu espaço pessoal, questão de você ter vergonha também de falar com os professores ou com seus pais. Isso pode causar muita confusão”, afirma.

A Elisa Capulli, de 17 anos, está atenta às armadilhas da internet.

“Por mais que tenham muitos especialistas na internet, tem muita notícia falsa. Tem que saber filtrar o que você está escolhendo para absorver, para você e ver o que você vai fazer da sua vida”, ressalta.

A pesquisa revelou também que crianças e adolescentes têm cada vez mais curiosidade sobre o corpo e a saúde. Eles procuram com frequência na internet informações sobre dietas, alimentação saudável, prevenção de doenças e exercícios físicos.

“A gente pesquisa muito sobre isso por causa do padrão que está existindo agora na internet. Tem muitas dietas que falam para você parar de comer muitas vezes. E eu acho que isso é bom, você deve recorrer a um especialista”, diz Lara Martins, de 15 anos.

“Tem muita gente falando sobre exercícios. Só que muitas vezes são exercícios extremos, que às vezes não são para nossa idade e que não são pensados para o nosso corpo, para o nosso jeito”, afirma Camila Lisboa, de 13 anos.

“Várias doenças podem ter sintomas parecidos e não ser exatamente o que você pode ter. Por isso, sempre é bom procurar especialista, essas coisas assim, além da internet”, diz Pedro Duarte, de 15 anos.

Quem se depara com esse tipo de situação diariamente sabe o quanto é importante a rede de apoio formada pela família e por professores.

“Quando um aluno, quando um adolescente procura uma informação na internet, existem várias dificuldades que surgem a partir disso. Essa informação é verdadeira ou falsa? E mesmo sendo uma informação verdadeira, ela corresponde à realidade daquele jovem, daquele aluno?”, questiona o professor Rodrigo Reis.

“A disponibilidade de informações é interessante porque estimula a busca pelo conhecimento, mas tem muita informação falsa. As pessoas acabam tendo comportamentos que são derivados desta informação que são muito problemáticos. As redes sociais por exemplo criam padrões, paradigmas e ideais que são inalcançáveis. Desde que haja um apoio da escola e da família para fazer uma seleção das informações que são confiáveis, e ao mesmo tempo das reflexões que são necessárias para o bom uso desta informação, isso não é um problema”, afirma o professor Rafael Pinna.

Luísa Adib, coordenadora da pesquisa, espera que as informações ajudem a desenvolver ações voltadas para dar apoio a crianças e adolescentes.

“O objetivo da pesquisa é que os dados realmente cheguem aos responsáveis, instituições ou atores responsáveis para promoção do bem-estar de crianças e adolescentes. Que eles possam ser repetidos em políticas e ações nesse sentido”, diz.

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