Brasil

Pesquisa comprova que estrutura física de escolas influencia desempenho

Estudo da Unesco com a UFMG analisou dados de 143 mil escolas das redes federal, estadual, municipal e privada e comparou com notas no Ideb
Ciep Professor Anísio Texeira, no Fonseca, será municipalizado Foto: Luciana Carneiro / Luciana Carneiro
Ciep Professor Anísio Texeira, no Fonseca, será municipalizado Foto: Luciana Carneiro / Luciana Carneiro

RIO — Escolas com as maiores notas do Ideb possuem indicadores melhores de infraestrutura . Essa é uma das conclusões de uma pesquisa realizada pela Unesco em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Nos anos inciais do ensino fundamental (do 1º ao 5º ano), escolas estaduais e municipais com os níveis mais baixo de Ideb possuem 5,7 pontos em Infraestrutura Geral. Já os mais altos têm 6,9. Já nos anos finais (do 6º ao 9º ano), a diferença é de 6,1 contra 7,1, respectivamente.

O indicador Infraestutura Geral é formado por onze aspectos diferentes. São eles:

  1. Serviços Básicos (água, energia, esgoto e coleta de lixo)
  2. Instalações do Prédio (presença de espaços como banheiro, cozinha, refeitório e despensa)
  3. Prevenção de Danos (proteção contra incêndio, boa iluminação do lado de fora da escola, muros e mecanismos de proteção)
  4. Conservação
  5. Conforto (iluminação e salas arejadas)
  6. Ambiente prazeroso (pátio, área verde e banheiro com chuveiro)
  7. Espaços Pedagógicos (laboratórios, biblioteca, quadra, auditório)
  8. Equipamento para apoio administrativo (copiadoras, impressoas e internet)
  9. Equipamento para apoio pedagógico (TVs, DVDs, máquinas fotográficas)
  10. Acessibilidade
  11. Ambiente para Atendimento Especializado (ensino de braile, comunicação alternativa, soroban).

A pesquisa utilizou dados do Censo Escolar e do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) de 2013, 2015 e 2017.

No total, foram consideradas 143 mil escolas das redes federal, estadual, muncipal e privada. A pesquisa divide as escolas em cinco níveis do Ideb: baixo, médio baixo, médio, médio alto e alto.

Os dados mostram ainda que itens como Espaços Pedagógicos têm regredido progressivamente. Nos anos iniciais, as escoals com nível baixo tiveram, em 2017, 1,8 ponto nesta variável. Em 2013, eram 2,8. Já as com Ideb alto caíram de 5,2 para 4,4.

"A involução nos espaços pedagógicos não é um resultado esperado, uma vez que ele é mensurado pela existência de ambientes físicos na escola. Os dados do Censo Escolar não nos permitem inferir se houve alteração na destinação dos espaços pedagógicos (por exemplo, um laboratório de informática que se torna um espaço administrativo mensurado em outro indicador), se foi problema no registro dessas informações em algumas escolas ou outra explicação", informa o texto da pesquisa.

O índice geral das escolas de ensino médio do Brasil está em 5,7. Esse dado corresponde todas as variáveis de todas as unidades de ensino do país. No entanto, separando por tipo de rede, elas variam de 8,2 nas federais; 6,7 nas privadas; 6,5 da estadual; e 5,2 nas municipais.

Um dado importante é que os colégios privados possuem os piores dados em relação a Ambiente para Atendimento Especializado: passou de 0, em 2013, para 0,1, em 2017. Este é o pior índice de todos os quesitos considerando todas as redes.