EDUCAÇÃO

Por g1 PR e RPC — Curitiba


Governo do Paraná não definiu como vai contratar funcionários de escolas estaduais para 2021 — Foto: Reprodução/RPC

O Paraná é o estado da federação que menos tem alunos do ensino médio na modalidade integral, em que estudantes passam o dia todo na escola.

De acordo com levantamento do Ministério da Educação (MEC) e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), até 2022, 4,4% dos estudantes de ensino médio da rede estadual do Paraná tinham acesso ao ensino médio integral, número que fica bem abaixo da média nacional de 20%.

Atualmente, de acordo com o Censo Escolar, o Paraná possui 253 escolas com o ensino integral, dos 2,1 mil colégios do estado. Dos 364 mil alunos matriculados no ensino médio do Paraná, 28.480 têm acesso ao ensino integral.

A diretora de um colégio estadual de Curitiba com esta modalidade desde 2020, Wilma Fontana de Souza Alvares, explica que foi preciso tempo para a comunidade se adaptar. Na opinião dela, o modelo se diferencia por oferecer mais oportunidade de crescimento.

“A gente fez trabalho educativo com as famílias, fomos mostrando as vantagens. E hoje os maiores aliados são os estudantes que falam que é bom [...] eles dizem que tem mais tempo, estudam mais e tem mais oportunidade. E como eles conseguem desenhar o projeto de vida, tem mais perspectiva de realizar esse sonho”.

A Secretaria de Estado de Educação (Seed) reconhece o atraso no modelo, mas diz ter avançado para aumentar o acesso de estudantes desde 2019.

“Esse dado do Paraná estar na última posição não é só do último censo. Quando a gente assumiu a gestão, em 2019, eram 73 escolas. O Paraná começou a investir tarde em ensino integral. Em 2012 o Paraná tinha 5 escolas em ensino integral. Estados referência, como Pernambuco, tinham 117 escolas em 2012”, explicou Leandro Beguoci, diretor de comunicação e porta-voz da Seed.

Segundo a Seed, o objetivo é chegar a 400 escolas com ensino integral em 2024.

"Mesmo sem dobrar o número de escolas, a gente dobrou o número de estudantes. Porque a gente também fez a escolha de aumentar ao integral nas escolas com mais matrículas. Esse é o nosso objetivo, trazer mais alunos para o ensino integral".

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Desafios

Um dos desafios da modalidade é a evasão escolar, principalmente por causa da condição financeira de muitas famílias, que precisam que os adolescentes comecem a trabalhar para ajudar em casa.

Para a coordenadora de educação da Unesco no Brasil, Rebeca Otero, o modelo é vantajoso, mas a carga horária maior tem que ser acompanhada de qualidade de ensino.

“Tem que ter um investimento porque, obviamente, se eu vou ter um aluno mais tempo na escola, eu vou precisar de mais salas de aula, mais infraestrutura. Se ele tá um período maior na escola, a escola vai ter que oferecer mais atividades esportivas, alguma atividade cultural, e eu tenho que ter espaços em que ele faça essas atividades. O sistema educacional como um todo tem que se preparar para implementar a educação integral".

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