Brasil

Para não adiar Enem, governo alega que 60% de candidatos já se formaram

Em rede social, Seccretaria de Comunicação da Presidência (Secom) argumenta que manutenção da prova é uma questão de liberdade

BRASÍLIA- Embora o presidente Jair Bolsonaro já tenha admitido que pode adiar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela prova, tenha emitido comunicado afirmando que a possibilidade é considerada , o governo listou quatro motivos para manter a data da prova. Em uma publicação nas redes sociais, a Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) argumentou que manutenção da prova é uma questão de liberdade e que mais de 63% dos candidatos já concluíram o ensino médio em 2019.

Os motivos elencados na publicação foram copiados de um vídeo publicado na segunda-feira no Twitter por Arthur Weintraub, irmão do ministro da Educação, cretaria de Comunicação da Presidência (Secom) argumentou que manutenção da prova é uma questão de liberdade.  A Secom afirma ainda que o adiamento da prova traria "consequências indesejadas" para o estudantes como o atraso nos calendários do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), do Prouni, e do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). De acordo com a secretaria, também há condições para realização da prova uma vez que 98,6% dos candidatos que pediram isenção de taxa de inscrição têm celular e 75% têm internet em casa.

"Mais de 60% dos candidatos já concluíram o Ensino Médio e estão tentando novamente ingressar em uma universidade pública. Além disso, o adiamento do Enem vai se refletir em questões como Prouni e FIES. Em ambos os casos, quem perderá serão milhões de estudantes brasileiros", escreveu a secretaria

Enem : Inep admite que pode rever data do exame

No vídeo publicado por Arthur Weintraub, o irmão do ministro defende a manutenção da data do exame e minimiza os danos:

- O Brasil não pode parar. Não é por causa da pandemia que você vai brecar a vida de todo mundo. A vida de uma maioria não pode ser prejudicada por eventualmente algumas pessoas não terem internet, morarem em rincões do Brasil. Então vamos priorizar a liberdade, o direito da grande maioria.

Na segunda-feira, o próprio Inep veiculou um comunicado admitindo que a data do exame pode ser alterada. Atualmente, redes de ensino de todo o país estão com as aulas presenciais suspensas, o que tem motivado ações na Justiça pedindo o adiamento do Enem. Como o GLOBO revelou em março, a equipe técnica responsável pelo exame sempre defendeu o adiamento da prova, mas dependia de uma palavra final do ministro da educação, Abraham Weintraub, que advoga publicamente pela manutenção das datas.