Por SP1 — São Paulo


Pais reclamam que ensino remoto não foi mantido após retomada de aula presencial, e que tablets não foram entregues na cidade de SP

Pais reclamam que ensino remoto não foi mantido após retomada de aula presencial, e que tablets não foram entregues na cidade de SP

A primeira semana de retorno de aulas presenciais em São Paulo termina nesta sexta-feira (6), mas as aulas online deveriam continuar pelo modelo de ensino híbrido prometido pela prefeitura e pelo governo do estado. Alunos com comorbidades, por exemplo, deveriam continuar a ser atendidos remotamente.

Porém, em algumas escolas, ainda não foram instalados os equipamentos que deveriam transmitir de forma online as aulas presenciais dadas pelos professores. Além disso, muitos alunos ainda não receberam os tablets prometidos para acompanhar as aulas de forma remota.

A microempresária Izilda Martinês Zenaro ainda tem medo de mandar a filha para a escola. Marjorie, de 12 anos, vai continuar em casa até tomar a vacina.

A mãe conta que ela acompanhava todas as atividades de forma remota, mas desde segunda-feira (2), os professores da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Presidente João Pinheiro, na Vila Matilde, Zona Leste da capital, pararam de transmitir as aulas pela internet.

“A gente entrou em contato com a direção da escola, e eles falaram que não vai ter aula com o professor. Porque o professor voltou presencialmente. Então não tem como dar aula presencial e para as crianças que estão em casa”, afirma.

A dona de casa Patrícia Ferreira também reclama da falta de aula a distância. As aulas poderiam ser acompanhadas de casa pela filha se os equipamentos comprados pela escola estivessem instalados.

“É um absurdo, porque ela também está sem o celular, aí ela estuda com o meu. Ela não tem celular. Aí está meio difícil, se esses tablets não chegarem até as crianças para estudarem.”

As escolas estaduais também já podem funcionar com 100% da capacidade. A filha da dona de casa Cristiane Afonso Santos estuda no colégio Doutor Paulo Lauro, no Parque Savoy, na Zona Leste.

Mesmo com medo, ela diz que mandou a filha para a escola a semana toda, já que a plataforma online não está sendo abastecida.

“Estão colocando aula só no Centro de Mídias, que é na TV. E se for olhar, eu vi que ela sentiu muita dificuldade. Por exemplo, aula de inglês, ela falou que não gostou, porque a professora de inglês do Centro de Mídia vai falando inglês o tempo todo. Ela falou: "Mãe, como eu vou escrever o que ela está falando?’”

“Na aula online, a professora fala em inglês e diz como é em português. Explica e espera escrever. Então, é melhor do que o Centro de Mídias”, afirma.

A coordenadora do Centro de Mídias da Secretaria Estadual da Educação, Bruna Waitman, afirmou que as aulas online não foram suspensas e que equipes da secretaria acompanham os possíveis problemas. Ela acredita que sejam pontuais.

“Muita gente pergunta, né, se agora vai mudar. Essas aulas continuam dando suporte para os alunos, mesmo que estão presencialmente, para recuperar aprendizagem, para expandir o tempo de estudo. Então elas seguem ocorrendo e vão continuar.”

A prefeitura disse que as escolas estão funcionando de acordo com a possibilidade de cada unidade, com aulas presenciais e remotas. Algumas unidades transmitem o conteúdo que está sendo dado em sala para quem está em casa, mas que esta não é a primeira opção na realização das atividades.

Segundo a prefeitura, a EMEF Presidente João Pinheiro tem aulas presenciais e no modo remoto e conta com apoio de materiais impressos que os pais têm que retirar na escola. E, por fim, informou que 200 mil tablets foram entregues até agora e que os alunos da João Pinheiro devem receber o equipamento nos próximos dias.

Visita do secretário de Educação a escola da rede pública de São Paulo — Foto: Daniel Guimarães/Secom/EducaçãoSP

Confira a adesão às aulas presenciais na Grande SP

Apesar da permissão do governo estadual de atender 100% dos alunos de forma presencial, as prefeituras têm a palavra final para determinar a porcentagem de alunos que as escolas devem receber.

Na Grande São Paulo, as escolas municipais tiveram no máximo 70% de adesão dos alunos nesta semana. Confira o índice de cada cidade levantado pela produção do SP1:

Barueri: 70%;
Caieiras: 50%;
Carapicuiba: 50% ;
Cotia: Entre 21,2% e 26,9%, dependendo do turno;
Diadema: 25%;
Franco da Rocha: A média de frequência é de 17% do total de alunos matriculados, considerando que a ocupação autorizada é de 35%;
Guararema: 69,7%;
Guarulhos: 70%;
Itapevi: 45%;
Itaquaquecetuba: Aulas não voltaram presencialmente;
Mogi das Cruzes: 35%;
Pirapora do Bom Jesus: 70%;
Ribeirão Pires: 31%;
Santa Isabel: 51%;
Santo André: Nas creches do município, a média da presença ficou em torno de 31,62% e nas Emeiefs (Escolas Municipais de Educação Infantil e Ensino Fundamental), em 39,44%;
São Bernardo do Campo: 60%;
São Caetano do Sul: 50%;
São Lourenço da Serra: 62%;
Suzano: 25%;
Taboão da Serra: Aulas não voltaram presencialmente;
Vargem Grande Paulista: Foi autorizado voltar às aulas presenciais com 35% da capacidade. Dentro desse número, em torno de 90 a 100% dos alunos estão frequentando presencialmente.

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