Por SP1 — São Paulo


Pais de alunos dão abraço simbólico na escola Jardim Pedra Branca e reclamam das más condições da unidade

Pais de alunos dão abraço simbólico na escola Jardim Pedra Branca e reclamam das más condições da unidade

Pais e mães de alunos se reuniram nesta sexta-feira (19) em frente à Escola Estadual Jardim Pedra Branca, na região de Cidade Tiradentes, Zona Leste da cidade de São Paulo, para protestar contra as más condições de conservação do colégio, que impedem a volta às aulas presenciais.

O abraço simbólico foi a demonstração de carinho e preocupação dos manifestantes. Moradores do Jardim Pedra Branca pedem socorro para a única unidade estadual da região. Segundo eles, o prédio está abandonado, com bebedouros sem as saídas de água, canos para passagem de fios, instalação de tomadas arrancadas e amontoadas no chão e quadros de energia sem os disjuntores.

No banheiro, falta papel, a descarga está sem tampa, as paredes sem vários azulejos e a pia sem torneira. Na parte externa, mais marcas de fiações arrancadas e sujeira com ninho de pombos.

"No momento falta tudo: segurança, saúde sanitária e a questão da iluminação em torno da escola também", disse Elionaldo de Souza, líder comunitário.

Famílias protestaram em frente a escola estadual em Cidade Tiradentes, na Zona Leste da cidade de São Paulo, na manhã desta sexta-feira (19) — Foto: TV Globo/Reprodução

Volta às aulas

As aulas presenciais da rede estadual foram retomadas no dia 8 deste mês. Ivanice Barreto da Silva Santos, mãe de um aluno nono ano, disse à reportagem que gostaria que o filho pudesse voltar a frequentar a escola.

Entretanto, no dia 12 ela recebeu uma mensagem da escola no grupo de pais: “Devido a não termos condições de cumprir todo o protocolo de segurança exigido em razão do Covid-19, as aulas presenciais estarão suspensas por tempo indeterminado”.

"A escola não tem condições de receber os alunos por falta de iluminação, gás... Não tem onde guardar merenda. Então fica complicado, né", desabafou Ivanice.

Gladys Lucia de Oliveira, mãe de outra aluna, também manifestou preocupação. "Acho que já roubaram a escola umas 10 vezes. Levam tudo", contou.

Bebedouros de escola estadual em Cidade Tiradentes não têm saídas para água — Foto: TV Globo/Reprodução

A situação da escola se agravou ainda mais durante a pandemia, mas os moradores contam que há pelo menos 8 anos, eles sofrem com estas constantes invasões, roubos e saques ao colégio. O que a comunidade quer é mais segurança para que os estudantes possam ir em busca dos seus sonhos.

"Fiquei muito tempo trancada em casa. A gente precisa dessa comunicação com os outros alunos, com os professores. E faz falta. A gente ficou muito tempo esperando, esperando, e acabou não tendo as aulas de volta, né", disse Giovana Carolyne Demetrio, de 15 anos, aluna do 1o ano do Ensino Médio.

"A gente fica preocupada porque acaba sendo o nosso futuro em jogo. A gente não sabe o que vai ser daqui pra frente do nosso futuro, da nossa vida, porque a gente tá esperando, aguardando", continuou.

Segundo a Secretaria da Educação, as atividades na unidade voltaram na quinta-feira (18), mas só para os alunos mais vulneráveis, que não conseguem acompanhar o ensino online. A promessa é de retomar as aulas mesmo na segunda-feira (22).

"A partir de segunda-feira, volta com as atividades para 300 alunos, uma vez que apenas um pavimento da escola tá preparado pra recebê-los", disse Patrick Trajan, subsecretário de articulação regional da Secretaria Estadual da Educação.

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