Alunos fizeram uma passeata contra o professor na região do colégio, em Campinas (SP) — Foto: VC no G1
A polêmica envolvendo a discussão entre dois professores na sala de aula de um colégio de Campinas (SP), no último dia 22, mobilizou alunos, pais e integrantes do corpo docente da Escola Estadual Dom João Nery, no Jardim Chapadão. Eles organizaram um protesto na manhã desta segunda-feira (27) contra o professor que no vídeo aparece sendo empurrado para fora da sala de aula.
Eles alegam que o docente, responsável pelas aulas de química e física no ensino médio, é responsável pelo clima conflituoso no colégio, e desmentem as alegações de que os uniformes são cobrados ou que alunos são maltratados por outros professores.
"Isso é mentira. Sou homesexual e ninguém da escola, muito menos os professores, tiveram preconceito comigo por causa disso. É um absurdo, é uma mentira tremenda", disse um estudante, em vídeo enviado ao G1.
Protesto contra professor da Escola Estadual Dom João Nery, em Campinas (SP) — Foto: VC no G1
Mãe de um estudante de 15 anos, Rita Terin, de 47 anos, conta que o filho sofre com as perseguições do professor. "Às vezes ele chega em casa e diz: 'mãe, eu não aguento mais'. Meu outro filho já teve problemas com ele também. Eu faço parte da Associação dos Pais e Mestres, e não existe essa reclamação dele pelos uniformes. Nós fazemos a doação", conta.
Uma das mães participantes do ato realizado na entrada dos alunos na manhã desta segunda-feira, Rita conta que o vídeo que mostra a discussão entre os professores foi gravado no período da tarde, fora do horário de aula do docente.
"Ele desrespeita a direção, os pais, incentiva os alunos a mentir. Não era para ele estar naquele horário na escola", opina.
A mãe de uma garota de 15 anos, que pediu para não ser identificada, alega que o professor tem comportamento "estranho com alguns alunos, invadindo a privacidade". "Outro dia ele queria abraçar minha filha, disse que era para ver se ela se sentia confortável na presença dele", relata.

Pais e alunos fizeram manifestação contra o professor que aparece sendo empurrado no vídeo acima
Questionado sobre as reclamações de pais e alunos, o professor alega que já respondeu alguns processos internos, que foram encerrados. Entre os comportamentos citados como estranhos por alguns manifestantes ouvidos pelo G1, estão o de meditar em sala de aula.
"Eu influencio sim meu alunos, sempre para o bem. Tanto é verdade, que eu em todos os intervalos, todos mesmo, sento e pratico meditação com eles. Não tenho vergonha disso e nunca terei, embora não tenho (e nunca tive) nenhuma religião."
Procurada para comentar as reclamações de pais contra o docente, a Diretoria Regional de Ensino da Campinas reforçou, em nota, "que o professor responde a processo administrativo na Secretaria da Educação. O processo pode resultar em seu afastamento das atividades escolares."