Por Tatiana Regadas, G1 São Paulo


Mães apoiam protesto dos professores da rede municipal — Foto: Tatiana Regadas/G1

Pais e alunos de escolas municipais de São Paulo fizeram protesto na manhã desta terça-feira (20), no Centro da capital paulista, em apoio à greve dos professores contra a reforma da previdência dos servidores, que já dura 12 dias. O grupo caminhou até a Câmara Municipal, onde docentes estão acampados à espera dos próximos passos da tramitação do projeto.

"Viemos aqui para somar à greve dos professores e às reivindicações dos professores. A reivindicação das crianças e das famílias é que os nossos governantes e todo sistemas que regem a educação pública enxerguem a criança como prioridade dentro dessa questão toda. É inadmissível que o estado esteja violentando e agredindo os nossos professores. São as pessoas que cuidam dos nossos filhos diariamente. Quando o estado violenta o professor, o professor violenta o aluno e essa corrente de violência se espalha para dentro da escola pública que é o oposto que a gente vem trabalho como ativistas da escola pública para a escola", diz Anne Rammi do Movimento Mães Pela Escola Pública.

Na última semana, professores ficaram feridos após tumulto em protesto na Câmara.

Segundo a Prefeitura, a paralisação atinge 93% das 1.550 escolas da administração direta, ou seja, que são administradas pela própria Prefeitura com o auxílio de funcionários públicos.

Das unidades de ensino, 46% aderiram à paralisação totalmente, 47% funcionam parcialmente e apenas 7% funcionam normalmente, de acordo com balanço fornecido pela própria Secretaria Municipal de Educação na última terça-feira (13).

Além dos professores municipais, servidores de outros setores também estão em greve desde o dia 8 de março, como da saúde, da zoonose, do serviço funerário, engenheiros, arquitetos, assistentes sociais, bibliotecários e guardas, segundo o Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (Sindsep). Nesta segunda, os médicos da rede municipal disseram que vão aderir à greve.

A Secretaria da Educação Municipal disse à TV Globo que lamenta os transtornos da greve e que vai repor as aulas perdidas.

Um dos pontos da reforma da previdência é aumentar a contribuição de 11% para 14%. O projeto já foi aprovado em comissão e deve ainda passar por mais três para ir a plenário. O prefeito João Doria manifestou interesse em aprovar o texto ainda esta semana.

De acordo com o movimento de mães, as escolas estão resistindo após "perdas na gestão Doria".

"As escolas públicas estão resistindo. A gente perdeu toda a chance de fazer reivindicações propositivas que melhorassem as questões para as crianças. Tudo que a gente tem feito é se defender de ataques. A gente perdeu direitos, perdeu dinheiro, perdeu programa leve-leite, perdeu salas. Tem fechamento de salas na surdina com crianças empurradas para o sistema estadual a partir do fundamental enquanto o que a gente quer é mais salas, menos crianças por sala de aula, mais professores, mais salas de aula... nada disso a gente tem conseguido reivindicar porque a gente está na defensiva tentando apenas não perder direito. Isso é um absurdo para uma cidade que está comprometida com um futuro melhor. A criança é prioridade isso está na Constituição e precisa ser cumprido", diz Rammi.

Manifestação contra reforma da previdência municipal — Foto: Tatiana Regadas/G1

Mnaifestantes gritam 'Ô, Doria, presta atenção! As crianças querem mais educação' — Foto: Tatiana Regadas/G1

Alunos, pais e professores fazem protesto em SP — Foto: Tatiana Regadas/G1

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