Por Patrícia Luz e Flávia Cristini, g1 Minas e TV Globo — Belo Horizonte


Refeição de EMEI do bairro Ipiranga, em BH — Foto: Reprodução / Redes Sociais

Pais de crianças que estudam na Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI), no bairro Ipiranga, Região Nordeste de Belo Horizonte, denunciam a pouca quantidade de comida ofertada para os alunos da creche.

O caso será apurado pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e, segundo o município, se necessário, será aberta uma sindicância.

Pais denunciam redução em merenda de crianças de Emei, em BH

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Funcionários da escola informaram aos pais, através de um grupo de WhatsApp, que houve uma mudança na alimentação ofertada na EMEI, no mês de agosto.

O texto divulgado nas redes sociais informa que o cardápio de todas as escolas municipais é elaborado por uma equipe de nutricionistas do município, e a quantidade de alimento disponível em cada refeição é calculado minuciosamente.

De acordo com a denúncia, os ingredientes que chegam mensalmente em cada unidade é calculado conforme o número de alunos matriculados. O texto diz ainda que a cozinha precisa produzir a quantidade exata do dia pois, se acrescentar uma quantidade a mais, faltará alimento para o restante do mês. Veja um trecho da denúncia:

“Essa quantidade já é o total do dia para as crianças. Para haver repetição a criança teria que receber metade dessa quantidade de comida. Como é bem pouquinho, as cantineiras já servem tudo de uma só vez”.

Os professores da escola também alertaram os pais a observarem caso a criança reclame de fome ao chegar em casa.

Nathan Generoso, pai de um aluno de 2 anos da EMEI, disse que recebeu a informação com muita indignação.

"Meu filho tem chegado em casa com bastante fome [...] Quando chega em casa já tem que dar um lanche", afirmou o pai.

Crianças fazem refeição reduzida — Foto: Reprodução / Redes Sociais

Por meio de nota encaminhada ao g1 Minas, a PBH informou que não houve redução na alimentação escolar em relação ao que sempre foi ofertado, e que a quantidade não segue as orientações da Subsecretaria de Segurança Alimentar e Nutricional. Leia o comunicado na íntegra:

"A Secretaria Municipal de Educação esclarece que a direção da instituição já convocou uma reunião com o Colegiado Escolar. Além disso, será realizado e um encontro com as famílias dos estudantes para prestar todos os esclarecimentos necessários.

É importante reforçar que na Educação Infantil a alimentação dos alunos é disponibilizada da seguinte forma:

  • Berçário: 05 refeições/ dia - café da manhã, colação (fruta), almoço, refeição da tarde e jantar;
  • Parcial manhã: 02 refeições/ dia - café da manhã e almoço;
  • Parcial tarde: 02 refeições/ dia - refeição da tarde e jantar;
  • Integral: 04 refeições/ dia - café da manhã, almoço, refeição da tarde e jantar.

O município garante a oferta da alimentação escolar a 100% de suas unidades e a 100% dos estudantes, que podem realizar até 5 refeições na escola. Os cardápios consideram recomendações nutricionais, conforme as diretrizes da Resolução 06/2020, do Programa Nacional de Alimentação Escolar. Os cardápios e o esquema alimentar consideram a modalidade/ etapa de atendimento, conforme a faixa etária e turno de permanência do estudante na unidade.

A Prefeitura de Belo Horizonte atua na elaboração dos cardápios balanceados por meio de uma equipe de nutricionistas, planeja, adquire e faz o controle de qualidade dos alimentos, orienta e monitora a produção de refeições diretamente nas unidades escolares. Esse planejamento cuidadoso e responsável da execução do programa é fundamental para organização dos processos de compra dos gêneros alimentícios, produção e distribuição de refeições nas unidades escolares, e também considera o índice de desperdício nas unidades.

Vale ressaltar que o repasse previsto do Governo Federal no âmbito do PNAE não sofre reajuste desde 2017, mesmo com a alta dos preços do alimento e do custo da logística para entrega nas unidades escolares. A previsão de repasses para Belo Horizonte é de R$ 29,8 milhões em 2022. Considerando que o valor não é suficiente para a execução da Alimentação Escolar, o município aporta mais R$ 32,8 milhões de recursos próprios do Tesouro Municipal."

O que diz o Conselho Regional de Nutricionistas da 9ª Região (CRN-9)

O CRN-9, tomou conhecimento do caso e esclarece por meio da Comissão de Fiscalização que acompanha, sistematicamente, o trabalho da Subsecretaria de Segurança Alimentar e Nutricional, órgão da Prefeitura de Belo Horizonte responsável por executar o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) em âmbito municipal.

Segundo o Conselho, as inspeções realizadas apontam que a equipe da Subsecretaria de Segurança Alimentar e Nutricional tem executado os roteiros técnicos em conformidade com as determinações do Pnae, e ressalta que, a Comissão de Fiscalização não recebeu qualquer denúncia que apontasse falta de alimentos na Emei do bairro Ipiranga.

Por fim, o CRN-9 enfatiza que está averiguando os fatos descritos e prestará esclarecimentos futuros.

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