Rio

Pais de alunos vítimas de assaltos fazem uma manifestação na Tijuca

Segundo os responsáveis, falta policiamento na Praça Afonso Pena, local dos ataques
Alunos agredidos apresentam escoriações pelo corpo Foto: Arquivo pessoal
Alunos agredidos apresentam escoriações pelo corpo Foto: Arquivo pessoal

RIO - Pais de alunos dos colégios de A a Z, Ph e QI, localizados nas imediações da Praça Afonso Pena, na Tijuca, fizeram uma manifestação no início da tarde desta segunda-feira contra a ação de um grupo de bandidos vestidos com uniformes de escolas públicas que vêm assaltando seus filhos na região . Logo após o protesto, o filho da dona de casa Paula Ferreira, aluno do 9º ano do colégio de A a Z, foi abordado por assaltantes quando ia para uma sessão de pilates, a uma quadra da escola. Como não tinha celular, nem dinheiro, levou um tapa cara.

— Ele ficou muito nervoso e revoltado, voltou para casa muito assustado. Tinha sido assaltado duas vezes no ano passado. Levaram o celular e a mochila dele. Fico desesperada quando estou em casa e sei que ele está a caminho da escola — desabafou.

Segundo relatos de pais de alunos e das próprias vítimas, o perfil dos assaltantes, que andam em grupo de sete a 20, é sempre o mesmo: meninos com idade entre 16 e 17 anos, descamisados ou com camisa de uniforme de escola pública. Costumam agir entre meio-dia e 14h, horário de saída dos colégios. No início da tarde da última sexta-feira, jovens dos três colégios citados foram assaltados por membros do bando. Um deles foi o filho da jornalista Rosani Abreu, de 16 anos, que foi agredido junto com um amigo quando entrava na estação de metrô Afonso Pena.

— Fiquei desesperada, nossos filhos perderam o direito de ir e vir. Pagamos impostos, exigimos que as autoridades tomem uma providência — cobrou Rosani.

Pais de alunos fizeram uma manifestação nesta segunda-feira Foto: Natália Boere
Pais de alunos fizeram uma manifestação nesta segunda-feira Foto: Natália Boere

A principal reclamação dos pais é a falta de policiamento da região. Na tarde desta segunda-feira, a cabine da polícia militar localizada na Praça Afonso Pena estava vazia.

— Moro a duas quadras da escola e estou tendo que vir buscar minha filha na escola todos os dias. Nós nos sentimos muito inseguros. Falta policiamento. A própria cabine da PM na Praça Afonso Pena está abandonada — lamentou o advogado Marco Macillo, pai de uma estudante assaltada pelo mesmo grupo duas vezes.

Cabine da PM na Praça Afonso Pena está vazia nesta segunda-feira Foto: Natália Boere
Cabine da PM na Praça Afonso Pena está vazia nesta segunda-feira Foto: Natália Boere

Em nota, o Colégio De A a Z "lamenta o episódio e informa que está em contato com as autoridades, para que intensifiquem o patrulhamento na região, inclusive em áreas como a praça Afonso Pena, onde ocorreu o episódio, infelizmente distante do olhar da equipe".

Também através de nota, o comando do batalhão da Tijuca informou que as áreas escolares existentes na região contam com patrulhamento ostensivo rotineiro da unidade, assim como há equipe de policiamento concentrada nos pontos onde existem colégios. Disse ainda que o batalhão intensificou o policiamento com a Patrulha Escolar na Praça Affonso Pena, na Tijuca.