Por Mônica Teixeira, RJ2


Faltam professores nas escolas municipais do Rio

Faltam professores nas escolas municipais do Rio

Pais e alunos da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro estão reclamando da falta de professores nas salas de aula das escolas da cidade nesse início de ano letivo. De acordo com as denúncias enviadas ao RJ2, faltam professores de português, matemática, ciências e história.

"Ela só está tendo dois dias de aula, sem aulas principais que são matemáticas português e história. Essas aulas não estão tendo. A prefeitura está tendo um ano inteiro para ajustar os professores de 40 horas, dupla jornada e não fez nada", comentou Viviane, mãe de uma aluna da Escola Municipal Maestro Pixinguinha, em Cosmos, na Zona Oeste.

Já Andrea, mãe de um aluno no quinto ano da Escola Municipal Martin Luther King, na Praça da Bandeira, na Zona Norte, disse que o filho só está tendo aula em um dia da semana.

"A diretora conseguiu montar uma grade só às quartas-feiras. Então eu levei meu filho na quarta-feira pra aula de educação física, música e artes", comentou.

1.121 professores convocados

Somente na última sexta-feira (4), véspera do início do ano letivo no Rio, que a prefeitura publicou no Diário Oficial a convocação de 1.121 professores para completar o quadro da rede de ensino.

Foi também nessa publicação, que os gestores indicaram a possibilidade de migração de 500 profissionais para a jornada de 40 horas de trabalho semanal.

Contudo, a liberação do orçamento para a convocação dos professores foi anunciada no dia 21 de dezembro, ou seja, 45 dias antes do início do ano letivo.

A Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro informou que espera que que até o início de março todos os profissionais estejam dando aulas normalmente.

Até lá, o plano da prefeitura é a estabelecer dupla regência, quando os gestores pagam horas extra para quem assumir mais aulas.

A Comissão de Educação da Câmara de Vereadores do Rio visitou várias escolas da cidade e comprovou o problema.

"Não ter o professor no início do ano letivo é falta de planejamento, mas é também falta de compromisso com a qualidade da educação das nossas crianças, quando há tanto o que se recuperar nesse ano de 2022", comentou o vereador Tarcísio Motta (Psol).

O que diz a prefeitura

Segundo a Secretaria de Educação do Rio, não é possível precisar qual a carência de professores na rede porque o processo de entrada e saída de profissionais é dinâmico.

Contudo, os gestores disseram que os professores convocados e os que vão migrar para um regime com carga horaria maior, serão suficientes para resolver o problema nesse momento.

Sobre a demora na contratação, a Secretaria de Educação do Rio disse que a burocracia é grande e a medida passa por diversos órgãos. Já a Secretaria Municipal de Fazenda, informou que precisa avaliar os impactos na folha de pagamento e o orçamento disponível para que o prefeito possa autorizar a contratação dos servidores.

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