Por Sílvio Túlio, G1 GO


Pais acampam na porta de escola para conseguir matricular os filhos, em Luziânia

Pais acampam na porta de escola para conseguir matricular os filhos, em Luziânia

Mais de 50 pais estão acampados na porta da Escola Municipal de Tempo Integral Laudimirio de Jesus Tormim, em Luziânia, cidade goiana do Entorno do Distrito Federal. Eles alegam que a decisão é motivada pelo receio de não conseguir matricular os filhos na instituição, a única da cidade onde as crianças podem ficar durante o dia todo. O período para as inscrições só começa na próxima segunda-feira (19) e é realizado por ordem de chegada.

Segundo a Secretaria Municipal de Educação, são disponibilizadas 80 vagas para o 1º ano do Ensino Fundamental. Essas são as mais visadas, por se tratarem das únicas que aceitam novos estudantes. Quem vai cursar do 2º ao 5º ano tem preferência para permanecer na instituição.

Os pais se acomodam em colchões e barracas. O primeiro da fila é o desossador Amilton Vieira, que chegou ao local na quinta-feira (15). Ele afirma que o sacrifício é necessário para poder trabalhar.

"O intuito é que a gente venha conseguir essa vaga que a gente tanto espera e necessita para que a gente venha a trabalhar", afirma.

A estudante Jéssica Martins contou que precisa revezar com a mãe para conseguir a vaga. "Durmo aqui de noite, minha mãe estuda de noite, a partir das 8h ela vem e fica durante o dia. Às 17h, eu venho para ela ir para a escola. O objetivo é conseguir uma vaga para minha irmã", explica.

Algumas pessoas chegam a dormir dentro do carro. "Para ficar mais confortável né, porque vamos passar quatro dias e é muito difícil. O frio também", destaca a dona de casa Valdenilsa Gomes.

Pais acampam na porta de escola para conseguir matricular os filhos, em Luziânia — Foto: TV Anhanguera/Reprodução

"Opção de cada um"

De acordo com a secretária de Educação de Luziânia, Indiana Machado, disse que os portões serão abertos para a realização das matrículas na segunda-feira, a partir das 8h, por ordem de chegada. Ela afirmou que não pode interferir na decisão dos pais.

"Não posso falar para eles irem para casa e voltar na segunda porque pode ser que eles não consigam. Nem que fiquem aqui para garantir a vaga. Isso é uma opção e uma responsabilidade de cada um", disse ao G1.

Apesar disso, ela disse que vislumbra distribuir senhas e salientou que outras oportunidades podem surgir no decorrer do ano. "O que podemos estudar é uma forma de distribuir senhas, mas ao longo do ano tem pessoas que mudam e pode surgir alguma vaga", pondera.

Indiana afirmou que a escola é bastante procurada por ser a única a ofertar vagas em tempo integral, mas que pelo menos outras quatro escolas da região possuem vagas em aberto pela manhã ou à tarde.

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