Segundo o site da BNCC, essa base comum "soma-se aos propósitos que direcionam a educação brasileira para a formação humana integral e para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva", características essas fundamentais para a formação do cidadão que atuará no Século XXI.
Partindo, portanto, desse princípio, nós, professores, constatamos a importância de educarmos integralmente nossos alunos, independentemente de qual seja o componente curricular que ministremos. Isso significa, na prática, que o aluno deve deixar de ser somente o que a etimologia da palavra "aluno" (que tem sua origem no latim) representa - alguém que precisa ser nutrido, que recebe "alimento" para o intelecto sob a forma de conhecimento e que, presumidamente, é "vazio" e precisa ser "preenchido" por alguém, assumindo uma posição passiva dentro do processo - e passe a ser o centro para o qual a atenção da ação educativa deva ser voltada.
Dos professores que educam os cidadãos globais para o século XXI, espera-se que criem um ambiente propício ao aprendizado e que preparem seus alunos para serem cidadãos produtivos, éticos e responsáveis em um mundo cada vez mais interconectado, e onde as mudanças ocorrem de forma extraordinariamente rápida.
Diante dessa nova realidade e desse imenso desafio, precisamos reconhecer que nosso papel como professor se altera radicalmente, já que nos tornamos responsáveis pela educação de pessoas que, segundo a Unesco, formarão a "primeira geração mundial de cidadãos globais",já que se estima que, em 2050, 80% das crianças e jovens com idade entre 8 e 15 anos terão acesso à world wide web no mundo.
São esses jovens, portanto, que devem estar prontos para se posicionar e se responsabilizar em encontrar soluções para os desafios globais de grande complexidade que o século XXI já está trazendo, tais como o aquecimento global, a imigração, a intolerância e a cybercultura. Para tanto, não será mais suficiente somente o desenvolvimento de habilidades cognitivas, como a leitura de textos e o cálculo de equações matemáticas.Tais habilidadesprecisarão estar aliadas a competências pertencentes aos domínios intra e interpessoais, como comunicação, colaboração, resolução de conflitos, flexibilidade, iniciativas, apreciação das diferenças, pensamento crítico, argumentação e inovação.
Reconhecermos esse fato, porém, é só um primeiro passo, já que, para que assumamos de maneira adequada esse papel no ambiente escolar no qual atuamos, precisamos de formação e aperfeiçoamento constantes, não só como profissionais, mas também como seres humanos e integrais que somos, responsáveis não só por nós mesmos, mas pelo outro que nos é confiado e até (por que não dizê-lo) pelo mundo!
Finalizando, é importante ressaltarmos os valores que devem estar presentes em nossa prática diária para que consigamos o objetivo esperado:
- inclusão - reconhecendo e valorizando a singularidade de cada indivíduo¾a cultura na qual está imerso, suas visões de mundo e opções de vida;
- ética - que implica em reconhecer que o que não é bom para mim também não é bom para o outro e, ao inverso, o que é conveniente para mim também o é para o outro;
- democracia - as decisões, sempre que possível, devem ser tomadas em comum acordo com as partes envolvidas, pois, somente dessa forma, todos se sentirão responsáveis pelo andamento e pelo sucesso do processo ensino-aprendizagem;
- educação afetiva-emocional -ajudar a reconhecer e educar emoções e sentimentos para propiciar relações interpessoais, não só dentro, mas também fora da escola, mais empáticas e baseadas no respeito mútuo;
- comunicabilidade - dar ferramentas para que se consiga expor ideias e se atinja objetivos, utilizando a argumentação baseada em fatos científicos.
Professora Fabiana Ferreira
Colégio Santa Amália