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Taxa de jovens sem estudo e trabalho demanda foco no ensino técnico e parcerias

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Alunos do curso técnico de eletrônica no Centro Educacional de Pedreira, em São Paulo (SP) - Rafael Hupsel/Folhapress

Sem estudo, sem trabalho. Nesse limbo ocioso encontram-se 19,8% dos brasileiros entre 15 e 29 anos, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) Educação de 2023.

O poder público deve implementar políticas para lidar com o fenômeno, que impacta não apenas a renda de 9,6 milhões de pessoas como produz efeitos no longo prazo —quando se considera o envelhecimento da população brasileira e, consequentemente, o processo de perda do bônus demográfico.

Segundo levantamento da OCDE de 2023, entre 42 países, o Brasil tem o sexto maior índice de jovens entre 18 e 24 anos que não estudam nem trabalham. Enquanto a taxa média da entidade é de 15%, a nossa é de 24,4%. Entre as mulheres, o índice aumenta para 30%; já entre os homens, cai para 18,8%.

Essa discrepância também foi verificada na Pnad Educação, com 25,6% da população feminina entre 15 e 29 anos nessa situação, ante 14,2% da masculina.

A principal causa do abandono escolar é a busca por emprego. O problema é que, com formação precária, os jovens enfrentam dificuldades para conseguir contratação. Assim, é necessário buscar meios de manter os alunos na rede de ensino e acelerar a transição entre estudo e trabalho.

A OCDE preconiza o chamado VET (vocational education and training): programas de orientação vocacional aliados a parcerias entre escolas, empresas e indústria para treinamento e contratação de aprendizes.

É fundamental, portanto, a integração do ensino técnico ao regular, e o Brasil peca nesse quesito.

A meta do Plano Nacional de Educação (PNE) de 2014 era triplicar as matriculas no ensino profissionalizante de nível médio até 2024, atingindo cerca de 4 milhões de alunos. Mas o Censo Escolar 2023 mostrou que não mais de 2,4 milhões cursavam essa modalidade.

Em tramitação no Congresso, a nova versão da reforma do novo ensino médio incentiva a educação profissional. Não é panaceia, mas um passo necessário para mitigar o atraso do país nessa seara.

editoriais@grupofolha.com.br

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