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Opas urge garantir retorno seguro das crianças às escolas

26/01/2022 19h58

Washington, 26 Jan 2022 (AFP) - A Organização Pan-americana da Saúde (Opas) urgiu nesta quarta-feira (26) que se garanta a reabertura segura das escolas no início do terceiro ano da pandemia de covid-19, descartando que para isso sejam necessárias altas taxas de vacinação anticovid entre as crianças.

"O primeiro e mais importante que os países podem fazer pelas crianças é levá-las de volta à escola de forma segura para proteger seu bem-estar social, mental e físico", disse a diretora da Opas, Carissa Etienne, em entrevista coletiva.

"A aprendizagem virtual não substitui e não pode substituir a educação presencial", enfatizou.

Etienne destacou que milhões de crianças nas Américas não voltaram às salas de aula devido à pandemia de covid-19 e estão enfrentando "a pior crise educacional" registrada na região.

"A cada dia que as crianças ficam sem ir à escola presencialmente, maior é a probabilidade de que deixem de frequentar e nunca mais voltem à escola, o que tem consequências para toda a vida", alertou.

De acordo com as orientações da Opas, escritório regional da Organização Mundial da Saúde (OMS), o uso de máscaras, o distanciamento social e a ventilação adequada permitem que as crianças retornem aos centros educacionais com segurança.

"As altas taxas de vacinação (contra a covid) entre as crianças não são um pré-requisito para a reabertura das escolas", enfatizou Etienne.

A Opas disse que antes de vacinar crianças saudáveis contra a covid-19, os países precisam ter alta cobertura de imunização entre as pessoas com maior risco de doença e morte pelo vírus, como idosos e pessoas com comorbidades.

Uma vez que os grupos vulneráveis estejam protegidos, "os países devem considerar os benefícios de vacinar as crianças para reduzir ainda mais a transmissão" da covid-19, disse Etienne.

Nas Américas, 17 países estão vacinando crianças contra a covid-19: Argentina, Bolívia, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, El Salvador, Estados Unidos, Nicarágua, Panamá, Peru, Paraguai, Uruguai e Venezuela.

O vice-diretor da Opas, Jarbas Barbosa, disse que a OMS ainda não aprovou uma vacina contra a covid-19 para crianças.

No entanto, lembrou que o grupo de especialistas em imunização que assessora a OMS recomendou na semana passada o uso da vacina anticovid da Pfizer para crianças entre os 5 e os 11 anos.

- Ômicron e bola de cristal -Segundo dados da Opas, a região das Américas registrou na última semana 8 milhões de novos casos de covid-19, o maior número de contágios semanais desde o início da pandemia. Também aumentaram as mortes por covid-19, somando 18.000 em toda a região.

Nos últimos sete dias, alguns estados do México viram triplicar as novas infecções, enquanto na América Central, as mortes semanais aumentaram 107% em relação à semana anterior. No Brasil, os casos cresceram 193% e houve contágios especialmente altos também no Haiti, Bolívia, Peru e Equador.

"À medida que os casos de covid-19 se propagam de forma mais ativa e mais rápida do que nunca, está claro que a ômicron se tornou a cepa predominante na nossa região neste momento", disse Etienne.

Registrada pela primeira vez pela África do Sul em 24 de novembro, a ômicron é a variante mais contagiosa já detectada desde o aparecimento do novo coronavírus, no fim de 2019.

Mas geralmente provoca uma infecção menos grave entre as pessoas vacinadas, o que tem gerado esperanças de que a covid-19 se torne uma doença endêmica, como a gripe.

"Não temos bola de cristal. Portanto, é cedo demais para dizer que nos aproximamos do final da pandemia", afirmou Etienne.

No entanto, ela assegurou que existem "as ferramentas" para controlar a propagação: as vacinas contra a covid e as medidas de saúde pública (uso de máscaras, distanciamento social, ventilação de espaços fechados e lavagem frequente das mãos).

A Opas destacou que Argentina, Canadá, Chile, Costa Rica, Cuba, Equador e Uruguai já alcançaram uma cobertura vacinal de 70%.

No entanto, Bahamas, Dominica, Granada, Guatemala, Guiana, Haiti, Jamaica, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas e Suriname não alcançaram a meta da OMS de ter 40% da população vacinada ao fim de 2021.

ad/ll/jc/mvv

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