Opas pede garantia de retorno seguro de crianças às escolas
Washington, 26 Jan 2022 (AFP) - Os países das Américas devem garantir o retorno às escolas em busca do bem-estar infantil, declarou a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) nesta quarta-feira (26), descartando que para isso sejam necessárias altas taxas de vacinação anticovid entre as crianças.
"A primeira e mais importante coisa que os países podem fazer pelas crianças é levá-las de volta à escola com segurança para proteger seu bem-estar social, mental e físico", disse a diretora da Opas, Carissa Etienne, em entrevista coletiva.
"A aprendizagem virtual não substitui e não pode substituir a educação presencial", enfatizou.
Etienne destacou que milhões de crianças nas Américas não voltaram às salas de aula devido à pandemia de covid-19 e estão enfrentando "a pior crise educacional" registrada na região.
"A cada dia que as crianças ficam sem ir à escola presencialmente, maior é a probabilidade de que a abandonem e nunca mais voltem à escola, o que tem consequências para toda a vida", alertou.
De acordo com as orientações da Opas, escritório regional da Organização Mundial da Saúde (OMS), o uso de máscaras, distanciamento social e ventilação adequada permitem que as crianças retornem aos centros educacionais com segurança.
"As altas taxas de vacinação entre as crianças não são um pré-requisito para a reabertura das escolas", enfatizou Etienne.
A Opas disse que antes de vacinar crianças saudáveis contra a covid-19, os países precisam ter alta cobertura de imunização entre aqueles com maior risco de doença e morte pelo vírus, como idosos e pessoas com doenças pré-existentes.
Uma vez que os grupos vulneráveis estejam protegidos, "os países devem considerar os benefícios de vacinar as crianças para reduzir ainda mais a transmissão" da covid-19, disse Etienne.
Muitos países das Américas já autorizaram e estão administrando vacinas anticovid a crianças.
O vice-diretor da Opas, Jarbas Barbosa, disse que a OMS ainda não aprovou uma vacina contra a covid-19 para crianças.
No entanto, lembrou que o grupo de especialistas em imunização que assessora a OMS recomendou na semana passada o uso da vacina anticovid da Pfizer para crianças entre os 5 e os 11 anos.
ad/ll/jc/mvv
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