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Ong divulga campanha focada em redes sociais para crianças e adolescentes denunciaram abusos sexuais

18/05/2021 16h02

No Brasil, 18 de maio é o Dia Nacional de Enfrentamento ao Abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes. Nesta data, muitas entidades e organizações realizam diversos eventos para combater um fenômeno que se acentuou em meio à pandemia. Nesta edição, a Ong Plan Internacional Brasil focou suas ações em dois estados, Bahia e Maranhão, além de divulgar em nível nacional a campanha Quebre o Silêncio, por meio das redes sociais.

No Brasil, 18 de maio é o Dia Nacional de Enfrentamento ao Abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes. Nesta data, muitas entidades e organizações realizam diversos eventos para combater um fenômeno que se acentuou em meio à pandemia. Nesta edição, a Ong Plan Internacional Brasil focou suas ações em dois estados, Bahia e Maranhão, além de divulgar em nível nacional a campanha Quebre o Silêncio, por meio das redes sociais.

"O objetivo da campanha é sensibilizar a sociedade para quebrar o silêncio diante das violências sexuais cometidas contra crianças e adolescentes e focada no uso do celular como um instrumento de denúncia", explica a gerente de projetos da Plan Internacional Brasil na Bahia, Elaine Amazonas.

Com apoio do Unicef, a Ong, que atua na defesa dos direitos das crianças e adolescentes, se associou ao Ministério Público da Bahia, e fez parcerias com o Instituto Aliança, à Safernet Brasil e também à rede social Tik Tok para sensibilizar e informar as vítimas de violências sexuais que elas podem fazer denúncias por meio do telefone celular, usado cada vez mais por uma geração hiperconectada.

"A campanha este ano está usando muito as redes sociais, tendo uma linguagem que dialoga diretamente com adolescentes e jovens para que eles conheçam as formas de violência e que, principalmente, saibam como procurar ajuda", diz Elaine. "O uso das redes sociais é também no sentido de que um adolescente sabe que um amigo ou amiga está passando por uma situação de violação de direitos e pode ajudar", acrescenta a gerente de projetos da Ong.

Para divulgar suas mensagens, a campanha conta também com o apoio e participação de influenciadores digitais jovens e de artistas que aderiram à causa como a cantora Ivete Sangalo e a atriz Thainá Duarte. 

Pandemia agravou situação

Segundo dados divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a cada hora, quatro meninas com menos de 13 anos são vítimas de estupro no país. Além da situação alarmante, as instituições e organizações que trabalham na defesa dos direitos dessa população jovens também constataram que a pandemia agravou uma situação de vulnerabilidade.

Com o isolamento social e o distanciamento do ambiente escolar e de outros espaços de apoio e solidariedade, muitas vítimas ficaram privadas do diálogo e da oportunidade de denunciar abusos e situações de exploração sexual.

A campanha Quebre o Silêncio procura também garantir segurança e proteção às vítimas para que façam denúncias anônimas, já que muitas vezes os agressores se encontram em um círculo próximo e até mesmo no ambiente  familiar.

"Esses adolescentes, ao fazer a denúncia, vão ter o acolhimento por uma rede profissionais especializados e o processo vai seguir em sigilo, sem a exposição de quem fizer a denúncia", garante Elaine. "Hoje existe uma lei que vai proteger a criança ou adolescente durante todos esse processo da denúncia, não a colocando diante do seu agressor nem em uma situação que viole mais uma vez seus direitos", lembra. 

A Ong Plan Internacional Brasil focou suas ações nos estados da Bahia e Maranhão por já terem projetos desenvolvidos sobre o tema, como o "Down to Zero" e "Cambalhota", mas com a divulgação da campanha Quebre o Silêncio o alcance nacional pela sua forte presença nas redes sociais. Outro objetivo das ações é reforçar a mensagem de que o combate às violências sexuais contra menores deve ser permanente..

"O 18 de maio é um marco, mas não termina aí. Isso tem que estar nas nossas ações cotidianas. A educação sexual e reprodutiva é de extrema importância. O próprio Estatuto da Criança e do Adolescente diz que é dever da família, do Estado e da Sociedade garantir os direitos das crianças e adolescentes. Então não pode ser algo pontual do mês de maio. Tem que estar perpassando os outros 365 dias para que um dia a gente chegue a exterminar essa violência", conclui.