Nem a falta de energia por cerca de 2 horas atrapalhou a realização dos inúmeros desafios de 142 equipes de 27 cidades do Estado de São Paulo. Equipes da USP e da UFSCar também se destacaram no tradicional futebol com robôs. O evento segue neste domingo (11), das 8h às 18h, no Salão de Eventos.

De acordo com a organização, o principal objetivo da olimpíada é disseminar a robótica no Brasil e atrair alunos para as áreas de ciências exatas. Essa foi a primeira etapa do evento neste ano, que terá 3.375 equipes participando em todo país.

As equipes competidoras são compostas por, no máximo, quatro estudantes e estão divididas em dois níveis. O primeiro é voltado aos alunos do ensino fundamental e o segundo, aos estudantes do ensino médio e técnico.

O que muda de um nível para o outro é o grau de dificuldade a ser enfrentado pelos competidores. Nos dois níveis há uma simulação de resgate. Em uma deles, o robô precisa encontrar uma vítima (representada por uma bola), resgatá-la e superar alguns obstáculos.

A estrutura conta com 24 juízes da USP e da UFSCar em 12 circuitos divididos em três fases. As equipes tinham apenas 3 tentativas para realizar a trajetória.

"A dificuldade dos níveis cresce com mais obstáculos, o trajeto fica mais difícil. As equipes trazem os robôs já programados, mas não conhecem o trajeto, então eles têm que adaptar a programação de acordo com o trajeto", explicou Roseli Romero, organizadora da etapa regional e chefe do Departamento de Ciências da Computação da USP.

Este ano foi a primeira vez que a estudante Isabelle Góes, de Rio Claro, participou da competição. Com apenas 13 anos, ela tem contato com eletrônica, programação e circuitos de robótica há um ano.

"Com a robótica eu aprendi a trabalhar mais em grupo, a ter melhor convivência com os companheiros de equipe e que as coisas não são fáceis, tem que conquistar", disse Isabelle.

Já é o segundo ano que a estudante Isadora Garcia de 13 anos, participa da OBR. Ela começou na robótica há três anos e explicou que nesta edição a equipe dela se saiu melhor que na anterior. "O maior desafio é conseguir se manter tranquilo, sempre tem imprevistos, então é dificil conseguir se manter bem", contou Isadora.

Estudantes da USP e UFSCar também aproveitaram o evento para realizar a 1ª Copa São Carlos de Futebol de Robôs com os times Warthog Robotics e Red Dragons.

"A ideia foi aproveitar a infraestrutura que a OBR oferece e é bom mostrar para a criançada que está competindo que tem lugar para continuar. É uma forma de chamar eles para procurar uma universidade, um curso novo", disse o estudante Rafael Lang, doutorando de engenharia elétrica e diretor da equipe da USP.

Segundo o coordenador nacional da OBR, Rafael Aroca, a fase do evento em São Carlos teve aumento de 26,7 % no número de equipes inscritas em relação com o ano passado.

"É uma oportunidade de aprender, se dedicar mais, se organizar, não apenas nos aspectos técnicos, mas também questões pessoais, trabalhar em equipe, ter paciência. Especialmente em escolas que não tem nada parecido a gente percebe que faz diferença na vida destes alunos", destacou.

Em 2017 as equipes enfrentam um desafio surpresa. Os sorteados tiveram que improvisar para cumprir o desafio e reprogramar os robôs na hora, de acordo com o desafio proposto.

Por volta das 14h45, o evento ficou sem energia após a queda de um disjuntor causada por uma sobrecarga. Após cerca de duas horas o problema foi resolvido e os participantes retomaram a competição.

As 120 equipes que conseguirem se classificar nas etapas regionais seguem para disputar a fase estadual da olimpíada, que será realizada no dia 9 de setembro, no Centro Universitário FEI, em São Bernardo do Campo.

Os grupos que obtiverem os melhores resultados irão competir na final nacional, que ocorrerá de 7 a 11 de novembro, em Curitiba. Outras informações podem ser obtidas no site da OBR.

*Sob supervisão de Fernando Bertolini, do G1 São Carlos e Araraquara.