Por Heitor Moreira, EPTV 2 e g1 Campinas e Região


  • Estudantes relatam impactos da ansiedade na rotina

  • Professores explicam medidas aplicadas para tentar auxiliar alunos

  • 2ª edição do 'Diálogos da Educação' debate condições socioemocionais

Conheça estratégias usadas por escolas para trabalhar emoções com alunos

Conheça estratégias usadas por escolas para trabalhar emoções com alunos

Escolas da região de Campinas (SP) apostam em oficinas, rodas de conversa e até uso de música como sinal de intervalo ao renovar as estratégias para trabalhar emoções com alunos, sobretudo a questão da ansiedade desde a chegada do novo coronavírus em 2020. Confira abaixo relatos.

As medidas buscam evitar estresse e permitir leveza no ambiente frequentado pelas crianças e adolescentes. A biblioteca, por exemplo, pode ser um espaço usado para quebra da rotina por meio da promoção do diálogo entre estudantes, incluindo desabafos sobre situações difíceis.

"A ansiedade é uma coisa bem difícil de conter porque às vezes a gente acaba ficando muito ansioso e acaba prejudicando [...] Andar de um lado pro outro, aperto no coração, falta de ar [...] Desde os 10 anos de idade e com o tempo foi piorando", contou a estudante Jasmin Ribeiro da Costa, de 12 anos.

Durante a troca de experiências, há, inclusive, espaço para lágrimas de quem superou adversidades. "Eu fico muito nervosa, eu acabo não dormindo, às vezes como até demais, às vezes fico sem comer por conta da ansiedade. Às vezes não consigo ter uma conversa porque eu fico muito ansiosa e as palavras não se encaixam. Ou às vezes eu fico eufórica, falo muito, e acabo falando o que não tenho que falar", explicou a estudante Helena Clementino Carrucha, de 13 anos.

Nesta semana, a EPTV, afiliada da TV Globo, faz uma série de reportagens que tratam sobre desafios no ambiente escolar após a pandemia. Nesta quinta-feira (25), a segunda edição do fórum "Diálogos da Educação" debate principalmente as condições socioemocionais de professores e alunos.

Crianças durante roda de conversa em escola de Campinas — Foto: Reprodução/EPTV

Apoio fundamental

Em meio ao turbilhão de emoções relatadas pelos alunos e a busca deles por uma rotina psicologicamente mais saudável, os professores são aliados no processo.

"A escola trabalha com oficinas, que têm a ver com a expressão de sentimentos. Além delas, a gente também faz rodas de conversa, então a gente tem rodas de conversa só com meninas, rodas de conversa só com meninos", afirmou a professora Juliana Manfrinato.

O docente Ivair Reis da Silva relatou que durante o cotidiano de aulas é difícil encontrar situações em que os estudantes "se abrem" para expor dificuldades. "Quando eu vejo uma criança ou adolescente que está cabisbaixo, não está fazendo a atividade, eu procuro aproximar, eu procuro conversar para ver o que está acontecendo".

O professor de matemática Oscar dos Santos relatou que, em diversos momentos, precisa atuar de uma forma semelhante ao profissional de psicologia para conseguir melhores resultados em sala.

"Muitas vezes porque até eles entenderem o papel da escola e que a matemática vai ser importante na vida dele é um desafio [...] Estar dentro da escola, muitas vezes, é o espaço para socializar as suas ansiedades e muitas vezes ele só tem a relação com família dentro de um apartamento, um lar um pouco mais reservado na comunidade. A escola é o lugar onde consegue se expandir, se expressar de maneira mais aberta, ressaltou.

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