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Brasil

O poder transformador da escola nas comunidades

Centros educacionais do SESI localizados em regiões de alta vulnerabilidade social fazem a diferença ao oferecer educação de qualidade e mudar a realidade dos estudantes
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Escola Reitor Miguel Calmon forma estudantes da comunidade do Retiro há 49 anos Foto: José Paulo Lacerda / Divulgação
Escola Reitor Miguel Calmon forma estudantes da comunidade do Retiro há 49 anos Foto: José Paulo Lacerda / Divulgação

Uma escola pulsa na comunidade do Retiro, em Salvador, Bahia. A estrutura em alvenaria branca contrasta com as casas coloridas incrustadas nos morros que circundam a unidade educacional. Ao adentrar os portões, a construção ganha vida com as trajetórias que se encontram diariamente, de alunos a professores, de pais a funcionários. A escola Reitor Miguel Calmon, administrada pelo Serviço Social da Indústria (SESI), mantém uma simbiose com a comunidade há quase cinco décadas e vem proporcionando mudanças significativas para quem vive na região, marcada por violência e pobreza.

A instituição baiana nasceu para atender aos filhos de industriários que trabalhavam na região. Com o tempo, Salvador foi crescendo e as indústrias se mudaram para Camaçari, que fica a cerca de 50 km de distância. A escola permanece no local atendendo a 1.564 alunos que, em sua maioria, moram na vizinhança. A escola oferece do 6º ano ao 3º ano do ensino médio. Estudos mostram que uma eficiente unidade escolar pode suprir carências e ser decisiva na capacidade de aprendizagem do aluno.

A pesquisa “O desempenho das redes SESI e das demais redes de ensino” aponta que, embora a faixa socioeconômica das famílias atendidas pelo SESI seja similar à das escolas públicas, o desempenho dos alunos em exames como a Prova Brasil, do Ministério da Educação, é superior em habilidades como Português e Matemática. Atualmente, a rede SESI conta com 505 escolas em todo o território brasileiro.

– A educação traz benefícios ao país, pois se traduz em cidadania. Por isso, o SESI vem apostando há mais de 70 anos na educação para transformar a realidade brasileira – analisa Paulo Mol, diretor de operações do SESI.

EFEITO ESCOLA

De acordo com Naercio Menezes, coordenador do Centro de Políticas Públicas do Insper e responsável pela pesquisa, embora a escolaridade das mães e a renda familiar sejam mais próximas da rede pública de ensino, os resultados dos alunos do SESI do 5º ano são superiores e chegam a ser similares aos das instituições de ensino particulares – que possuem pontuações melhores nos testes aplicados no Brasil.

Nas escolas do SESI, a renda familiar média é de um a três salários mínimos Isso é um exemplo do chamado ‘efeito escola’, ou seja, a gestão e outros fatores, tais como a qualidade do professor, estão fazendo a diferença nas escolas do SESI do 5º ano – explica Naercio.

OPORTUNIDADE

Marcos é o primeiro da família a completar o ensino médio Foto: José Paulo Lacerda
Marcos é o primeiro da família a completar o ensino médio Foto: José Paulo Lacerda

Ser aluno da Miguel Calmon é o sonho de estudantes da comunidade do Retiro Marcos dos Santos Souza, 17 anos, mora no bairro de Fazenda Grande, naquela região, o quarto bairro mais populoso de Salvador. Ele conta que, quando criança, passava em frente à escola e dizia para si mesmo “ainda vou estudar aqui”. Os pais compartilhavam do mesmo desejo: a mãe é dona de casa e o pai trabalha com mecânica industrial. Ao repetir essa frase entre os vizinhos, chegou a ser alvo de chacota. Mas a determinação de Marcos foi maior que qualquer pessimismo. No fim deste ano, ele conclui o ensino médio e será o primeiro da família a ter o diploma. Todas as gerações anteriores a ele não terminaram o ensino fundamental. A diretora da escola, Eleonice Caldas, 50 anos, acredita que a instituição tem uma missão com a comunidade do Retiro.

– Esse espaço tem uma importante responsabilidade social. Nós temos que investir nas pessoas. Cada oportunidade que a gente cria é uma porta diferente que se abre, um futuro que se constrói – complementa.

TRANSFORMAÇÃO

Escolas localizadas em regiões de vulnerabilidade social são verdadeiros espaços transformadores, não só dos alunos como da comunidade vizinha. Em Belo Horizonte (MG), outra escola do SESI se destaca pelo importante papel de inserção social: a unidade Emília Massanti, localizada no bairro Madre Gertrudes, região altamente industrializada e com problemas sociais típicos das periferias brasileiras, como tráfico de drogas e violência. A escola atende a 477 alunos.

Além das atividades com a comunidade, como a abertura do prédio para reunião de associação do bairro, a direção da escola cuida de uma praça para evitar que vire ponto de tráfico. A performance dos estudantes também tem sido destaque: a turma do 3º ano do ensino médio de 2017 teve 100% de aprovação para faculdades públicas e privadas. O estudante Pedro Geovanni Barbosa Ribeiro, 17 anos, é um exemplo. Saiu do 3º ano direto para a Universidade Federal de Minas Gerais para o curso de Ciências da Computação.

– Estudar na Emília Massanti me trouxe melhores perspectivas para o futuro por causa das oportunidades e experiências proporcionadas – afirmou.