Você já parou para pensar o quanto as nossas vidas já mudaram e irão mudar por causa de tecnologia e inovação? Processos, métodos, produtos, formas de construir negócios e cuidar do meu e do seu futuro.
Venho de uma família grande, sou mineira da turma que ama um cafezinho, e uma coisa importante sobre mim é que sou curiosa. Isso ajuda explicar como uma economista foi parar no mundo da tecnologia.
Meus pais (Maria das Dores e Waltemir) tiveram o dom de criar filhos extremamente criativos. Sempre fomos incentivados a buscar conhecimento ainda que em lugares não óbvios ou triviais. E esse é um dos aprendizados que sempre conecto com inovação.
Nenhum conhecimento é jogado fora. Tudo vira repertório e, quando se trata de inovação, sair do óbvio e não aceitar a primeira coisa é importante.
O avanço tecnológico dos últimos tempos se concentrou em países desenvolvidos. Em relatório, a ONU reforça que esses avanços começaram na primeira revolução industrial, quando muitos países tinham um cenário econômico muito similar. Isso criou os seguintes cenários:
1) Prosperidade com desigualdade: com as revoluções houve um crescimento econômico e a ascensão da classe média, mas, ao mesmo tempo, a pobreza persiste e as diferenças entre as classes sociais aumentaram. Os acessos à saúde e educação se tornaram muito desequilibrados, criando um cenário de vulnerabilidade.
2) Desigualdades multifacetadas: olhando para as dimensões do desenvolvimento social, econômico e ambiental é possível existir desigualdade em uma ou mais dessas camadas. Na economia dos países subdesenvolvidos, é possível destacar má distribuição de renda e maiores efeitos da pobreza e privatização se comparada com países ricos. Isso tem consequências em postos de trabalho, qualidade da educação e grau de prontidão (a capacidade de um país adotar e adaptar tecnologias). Isso, por sua vez, gera impacto nas organizações e instituições.
Para lidar com um mundo que inova cada vez mais e mais rápido, é preciso questionar as hierarquias, os paradigmas e o status quo. É preciso ligar coisas não óbvias, e às vezes, errar rápido para descobrir novas possibilidades e adotar tecnologias. Inovar com equidade será o nosso grande desafio.
Temos de acelerar o progresso tecnológico em países em desenvolvimento sem aumentar ou criar novas desigualdades. Como diz a futurista britânica Anna Lise Kjaer “o futuro não é um lugar onde vamos chegar, é um lugar que a gente constrói”.