(Atualizada às 09h40) - Indicada para o cargo de secretária-executiva do Ministério da Educação (MEC) no dia 14 de março, Iolene Lima afirmou, na madrugada dessa sexta, que foi desligada da pasta.
Evangélica ligada à igreja batista, Iolene era da diretoria de formação de professores da secretária de educação básica do MEC. Seu nome para o posto de “número 2” da pasta apareceu em meio a uma intensa dança de cadeiras provocada pela tensão entre as alas militar, olavista e técnica do MEC.
“Dentro de um quadro bastante confuso na pasta, mesmo sem convite prévio, aceitei a nova função dentro do ministério. Novamente me coloquei em prol para trabalhar em prol de melhorias para o setor. No entanto, hoje (quinta) após uma semana de espera, recebi a informação que não faço mais parte do grupo do MEC”, escreveu em sua conta do Twitter.
Ela seria a terceira pessoa nomeada para o cargo. Após a demissão de Luiz Antonio Tozi, o ministro da educação, Ricardo Vélez Rodríguez, indicou Rubens Barreto da Silva, cuja nomeação nunca foi publicada no Diário Oficial da União, assim como a de Iolene.
O fracasso de Vélez em emplacar os sucessores de Tozi na secretaria-executiva é mais um indício de seu enfraquecimento dentro do governo. Na semana passada, cogitou-se que ele seria demitido antes da viagem do presidente Jair Bolsonaro aos Estados Unidos.
Graduada em pedagogia pela Universidade do Vale do Paraíba e em pedagogia/supervisão e administração escolar pela Universidade de Guarulhos, Iolene era diretora do Colégio Inspire, em São José dos Campos, no interior de São Paulo.
Também era membro do conselho de administração da Associação de Escolas Cristãs de Educação por Princípios (Aecep). O site da Aecep diz que a Educação por Princípios "contribui para formar erudição baseada numa cosmovisão cristã e líderes servidores aptos a cumprir o propósito de Deus com suas vocações."
Em entrevista de junho de 2014, que circulou nas redes sociais após sua indicação para a secretaria executiva, Iolene defendia a educação "sob a ótica de Deus"
Em São José dos Campos, circula a revista “Felizcidade”, que contou com contribuição de Iolene em julho de 2015. O artigo, intitulado “Casais WhatsApp”, é destacado no currículo Lattes da agora ex-secretária.
Segundo ela, é errado que, em um relacionamento, um dos envolvidos procure satisfação ou felicidade nas ações do outro. “Somos satisfeitos em nossa relação íntima com Deus e, desse relacionamento, nascem os demais”, diz ela no texto.
Iolene ainda afirma que a maioria de nós não sabe mais se relacionar com o outro por sermos da geração “WhatsApp”.
Para resolver esse “impasse”, ela indica que os casais dediquem tempo ao relacionamento e criem projetos de vida em família. “Conversem, priorizem alvos, elaborem planos; tudo em consonância com a Palavra de Deus. Ele é autor da família; dos relacionamentos e o maior interessado no seu sucesso”, finaliza.