Por RBS TV


Novo secretário fala sobre como pretende lidar com os desafios centrais da Educação no RS

Novo secretário fala sobre como pretende lidar com os desafios centrais da Educação no RS

Na última medição da qualidade do aprendizado no ensino público pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), divulgada em 2016, a nota do Rio Grande do Sul caiu para 3,3. O pior resultado desde 2005, quando o Ministério da Educação passou a usar esse método de avaliação. Melhorar a rede pública é um dos desafios do novo secretário da Pasta no estado, Ronald Krummenauer, anunciado na quinta (27).

Em 2005 o Ideb do ensino público gaúcho era de 3,4. A meta era chegar aos 4,4 com o passar dos anos, o que não ocorreu. Krummenauer faz uma projeção para a reversão desse dado. "Eu imagino que quatro, cinco anos, para mais", entende o secretário.

O novo titular da Pasta assume oficialmente na terça-feira (2). Além do Ideb, ele também terá desafios como a infraestrutura das escolas e a valorização dos professores.

"Precisa, em primeiro lugar, de salários dignos. Salários, condições de trabalho dignas", destaca a professora Maria Helena Soares, que dá aulas no Colégio Paula Soares, que completa 100 anos. A instituição enfrenta problemas como falta de salas e um andar fechado por obras.

"A gente quer ter um estudo de boa qualidade, quer aprender, e estamos aí pra isso", diz o estudante Ricardo Câmara, 17 anos.

Colégio Paula Soares, em Porto Alegre, tem problemas na infraestrutura — Foto: Reprodução/RBS TV

Graduado em Administração de Empresas e em Ciências Contábeis, o novo secretário é diretor executivo da Polo RS - Agência de Desenvolvimento (ONG) desde 1999, e desde 2006 é também diretor executivo da Agenda 2020. Ele integrou o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social no governo Tarso Genro.

Krummenauer terá 20 meses para iniciar o processo de melhoria na qualidade do ensino público. Ele pretende resgatar as metas do projeto 'Todos pela Educação', movimento que une governados e sociedade para aumentar o sucesso das crianças na escola, e colocar em prática um plano de parcerias com entidades, que pode começar ainda neste ano.

"Por exemplo, não tem sentido trabalharmos a educação profissional no estado do Rio Grande do Sul sem uma parceria com Senar, Senai e com o Senac", diz ele.

O sindicato dos professores, o Cpers, teme que essa iniciativa leve à privatização. "Cada vez se investe menos. O próprio Sartori, ele diminuiu 63 por cento os investimentos. comparando 2014 com 2015 e 2016, sÃO 110 milhões a menos de investimentos", argumenta Enio Manica, coordenador do departamento de Educação do Cpers.

Ele também cobra o pagamento do piso nacional aos professores. "Uma coisa que nos preocupa, que ele colocou, é que é impossivel implantar o piso nacional no atual plano de carreira", destaca.

"Sonhar que de uma hora pra outra vamos resolver todos os problemas, inclusive de pagamento do piso, é vender uma ilusão", comenta o secretário. "Serão melhorias adicionais a coisas que nos já estamos fazendo hoje. E foco no aluno", resume.

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