Laura Mattos

Jornalista e mestre pela USP, é autora de 'Herói Mutilado – Roque Santeiro e os Bastidores da Censura à TV na Ditadura'.

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Descrição de chapéu Coronavírus

Novo protocolo afasta só o aluno com Covid e mantém sua turma presencial

Com respaldo do comitê médico da secretaria de educação de SP, orientação é para todos os estabelecimentos de ensino, públicos ou privados

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Na volta às aulas, há uma mudança significativa do protocolo escolar da pandemia em São Paulo. Quando um aluno é infectado pela Covid-19, apenas ele deve ser afastado das aulas presenciais e não todos os colegas da sua sala, como acontecia até o ano passado.

"Não se deve mais suspender uma turma das aulas presenciais em razão de um ou dois casos de alunos contaminados com a Covid. Essa medida da suspensão deve ser tomada em último caso, quando houver confirmação de que está havendo um surto local, uma contaminação entre os alunos", afirmou à coluna o secretário de educação de São Paulo, Rossieli Soares.

Imagem panorâmica mostra alunos sentados em carteiras escolares em uma sala de aula
Emef Sylvia Martin Pires, na zona sul da capital, no primeiro dia em que todos os alunos puderam retornar à sala de aula, em outubro 2021 - Rivaldo Gomes - 25.out.2021/Folhapress

Ele explicou que essa orientação, que tem o respaldo do comitê médico da secretaria, é para todos os estabelecimentos de ensino, públicos ou privados. "Para as escolas da rede estadual, a determinação é de que a decisão sobre a suspensão de uma turma só poderá ser tomada pela Secretaria de Educação. E os casos deverão ser analisados individualmente", afirmou.

Casos suspeitos e confirmados devem ser informados pelas escolas ao Simed, o Sistema de Monitoramento da Educação para a Covid-19. Quem teve contato com o aluno contaminado deve ser monitorado. O protocolo para o retorno à escola de alunos afastados por Covid também mudou, afirmou o secretário de educação, seguindo as novas diretrizes de redução de isolamento da ômicron. Sete dias depois da confirmação de que está com Covid, o aluno poderá retornar às aulas se estiver sem sintomas. O tempo poderá ser reduzido para cinco dias se o estudante estiver sem sintomas e, além disso, apresentar um teste negativo.

As mudanças já vêm sendo adotadas pelas escolas particulares, que deram início ao ano letivo na semana passada —​nas estaduais as aulas começaram nesta quarta-feira (2). "O aluno contaminado fica em casa e seguimos com as aulas presenciais para os outros. Devem ser reforçados os protocolos de higienização e do uso de máscara", afirmou Benjamin Ribeiro da Silva, presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo (Sieeesp). "Nós estamos seguindo os protocolos da Secretaria de Educação", disse.

Em 2021, a recomendação para quando um aluno tinha Covid, em geral, era do afastamento da turma por duas semanas, mas escolas privadas, com a consultoria de médicos, já haviam começado a reduzir esse tempo, liberando a volta dos que apresentassem teste negativo.

Os hospitais Albert Einstein e Sírio-Libanês, que dão consultoria sobre a pandemia para colégios de elite, também passaram neste ano a orientar que se prossiga com as aulas presenciais, com o monitoramento dos alunos da turma de quem testou positivo para Covid.

O Einstein recomenda que se faça uma busca ativa dos alunos que tiveram contato mais próximo com o infectado para garantir um isolamento ao grupo e reduzir o risco de surto, segundo Cleber de Moraes Motta, consultor médico de projetos em saúde do hospital.

O aluno infectado deve ficar preferencialmente afastado por dez dias, retornando se estiver sem febre há pelo menos 24 horas. É possível uma redução para sete dias sem sintomas há 24 horas, seguindo nova recomendação do Ministério da Saúde, com cuidados adicionais, como evitar o contato com pessoas do grupo de risco e reforçar o uso de máscara, até o décimo dia.

O Sírio, desde o ano passado, já orientava que a suspensão de toda a turma ocorresse somente se houvesse dois alunos contaminados e não apenas um, no caso do ensino fundamental e do médio. Para o infantil, em que é mais difícil manter o distanciamento, a determinação era a suspensão da turma com apenas um caso. Neste ano, segundo Carla Kobayashi, infectologista do Sírio, a orientação é a de que a avaliação sobre uma eventual suspensão de toda a turma seja cada vez mais individualizada, observando critérios diversos, como o número de vacinados e de que maneira exatamente se deu contato do aluno contaminado com os colegas.

O estudante com Covid, segundo ela, deve ficar afastado entre sete e dez dias. "Em algumas situações, podemos liberar a volta antes, desde que se tenha certeza de que não há mais o risco de transmissão", disse. Uma recomendação de afastamento por 14 dias, como ocorria no ano passado, atualmente é "extremamente rara", segundo a médica. "Estamos vivendo outro momento da pandemia, com alta taxa de vacinação, que permite a flexibilização", disse.

Tanto o Sírio quanto o Einstein recomendam que, sempre que possível, seja mantido o distanciamento de um metro entre as carteiras dos alunos, ainda que isso não seja mais obrigatório em São Paulo desde novembro. Atividades esportivas estão liberadas, mas aglomerações também devem ser evitadas. Seguem válidos os protocolos de higienização das mãos e dos ambientes, da preferência por espaços com ventilação e do uso de máscaras.

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