Por Victor Vidigal e Willian Amanajás, g1 AP — Macapá


Novo Ensino Médio garante que estudantes escolham as disciplinas para se aprofundar

Novo Ensino Médio garante que estudantes escolham as disciplinas para se aprofundar

A partir de 7 de março, parte das escolas da rede estadual de ensino do Amapá começam a aplicação do novo ensino médio. Com aumento da carga horária e mudança na grade curricular, o sistema promete dar mais autonomia ao aluno e melhor capacitá-lo para o mercado de trabalho.

Sancionada em lei de 2017, a medida começa a valer neste ano em escolas públicas e privadas. A mudança para a nova grade curricular pode ser feita de forma gradativa. A expectativa do governo estadual é que, até dezembro, 124 escolas do Amapá estejam no modelo novo.

Escola de gestão militar em Macapá — Foto: GEA/Divulgação

A carga horária, que antes era de 800 horas/aula por ano, será de 1000 horas/aula anuais. Desse total, 60% vai ser destinado às disciplinas, que ficarão divididas nas seguintes áreas do conhecimento: linguagens e suas tecnologias; matemática e suas tecnologias; ciências da natureza e suas tecnologias; ciências humanas e sociais aplicadas.

A nova divisão é similar ao que é aplicada no Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), por exemplo. Confira neste infográfico a seguir:

Como será a nova grade curricular do Ensino Médio — Foto: Arte: g1

Os outros 40% da grade curricular serão ocupados pelos itinerários formativos, que são disciplinas optativas que poderão ser escolhidas pelo estudante de acordo com a oferta da instituição.

Segundo o coordenador de Educação Básica e Profissional da Secretaria de Estado da Educação (Seed), Ryan Muller, esses mudanças no sistema do ensino médio dão mais protagonismo ao aluno.

"O jovem do ensino médio vai ser direcionado a refletir qual caminho ele quer seguir após a conclusão do ensino médio. Eu posso criar itinerários que fortaleçam a linguagem, a matemática. Então o novo ensino médio vem fazer com que o estudante possa ser o protagonista dessa nova formatação", disse.

Os itinerários formativos já podem ser ofertados em 2022 pelas escolas, como aconteceu em Goiás (veja o infográfico abaixo), mas eles passam a ser obrigatórios apenas no ano que vem.

Itinerários formativos de Goiás para o novo ensino médio — Foto: Arte: g1

Outra mudança no ensino médio de 2022 é o "projeto de vida", componente curricular que tem objetivo de fazer o estudante refletir sobre as aspirações para depois do ensino básico, como explicou Muller.

"Terminou a educação básica ele vai para onde? Quer fazer medicina? Quer se especializar na área jurídica? Ele dá essa possibilidade de se construir esse projeto de vida a partir da 1ª série do ensino médio, além de fortalecer os demais componentes", frisou.

Ao todo, somando as três séries, o aluno deverá finalizar o ensino médio com 3 mil horas/aula. O sistema já vinha sendo testado nas escolas de tempo integral no Amapá, como a que o Lucivandro Oliveira, de 18 anos, concluiu o ensino médio.

"A grande diferença que nós vimos é realmente a aplicação dos conteúdos e como nós podemos trazer isso de maneira diferente para o nosso cotidiano, tanto quando a gente fala ainda estando dentro do ensino médio como também quando já estamos fora", avaliou.

Ryan Muller, coordenador de Educação Básica e Educação Profissional da Seed — Foto: Rede Amazônica/Reprodução

O coordenador também lembrou que as escolas podem fazer parcerias com centros profissionalizantes para preparar os alunos para o mercado de trabalho.

"Além dessa autoanálise dele descobrir o que ele quer, a gente pode também vincular a um curso profissionalizante para dar uma educação que faça sentido ao jovem", destacou o coordenador.

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