RIO — O aluno como protagonista. Este parece ser um consenso entre as escolas diante do novo ensino médio, que entra em vigor nos próximos dias, quando começará o ano letivo. Muitas já tinham um olho para o futuro e as novas tecnologias e estão apenas aprimorando esta filosofia.
O Liceu Franco-Brasileiro, em Laranjeiras, já contava com um laboratório maker, de robótica e de informática, com impressoras 3D e placas eletrônicas para os alunos desenvolverem pequenos projetos tecnológicos. Mas, a partir deste ano, os desafios serão maiores, tomarão o ano todo e abarcarão mais disciplinas, como explica Rosângela Nezi, professora de tecnologia e inovação e coordenadora dos laboratórios do Franco-Brasileiro:
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— No primeiro trimestre, os alunos vão investigar um problema, que pode ser como melhorar a qualidade de vida dos seres humanos a partir da relação com os animais. No segundo, vão relacionar que matérias podem contribuir para a solução da questão, como matemática e biologia. A partir do terceiro, vão tentar produzir um protótipo. A intenção é dar a eles o máximo de autonomia.
Rosângela conta ainda que os alunos já desenvolveram, por exemplo, uma horta inteligente para a escola.
A Eleva, em Botafogo, também tem buscado se distanciar do modelo “resultado em vestibular apenas”, afirma seu diretor, Antonio Amaral Cunha. Tanto que a escola conta com um Laboratório de Inteligência de Vida e oferece disciplinas como creative tech (tecnologia criativa) e design thinking (pensamento inovador). O objetivo é trabalhar de forma prática habilidades socioemocionais somadas a competências técnicas como engenharia, design de produto, tecnologia, ciência da computação e criatividade.
— Os alunos precisam apresentar novas habilidades para o sucesso no século XXI, como autonomia, pensamento crítico, capacidade de trabalhar em grupo, escuta atenta. Para o mercado, o problema não é a falta de profissionais com formação acadêmica, mas a carência daqueles com as habilidades necessárias. Na Eleva, o professor é um facilitador do aprendizado — afirma Amaral Cunha.
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De olho na formação e no preparo ainda mais efetivo dos alunos para o futuro, o colégio Santo Inácio, em Botafogo, está reformando um prédio de dois andares que era dedicado a atividades administrativas. Vai transformá-lo num espaço com pegada tecnológica, com uma andar reservado para as atividades de mecatrônica e outro dedicado a ciência, tecnologia, engenharia e matemática, com recursos como máquina de corte a laser, impressora 3D, computadores e ferramentas. A previsão é que as obras sejam concluídas no início do mês que vem. As aulas do 3º ano do ensino médio começam no dia 3; e as do 1º e 2º anos, em 4 de fevereiro.
— Já trabalhávamos com a cultura maker desde 2016, mas precisávamos fazer adequações. Agora, vamos ter um espaço focado na resolução de problemas, como a produção de lixo. E conseguiremos colocar os alunos mais no centro do processo, privilegiando não só o ensino, como também o aprendizado — afirma Elizabeth Bastos, coordenadora de ensino médio e gerente de tecnologias educacionais do Santo Inácio.
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