O Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) vai encaminhar a contribuição de 500 mil professores do Ensino Médio para a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) ao Conselho Nacional de Educação (CNE), informou nesta terça-feira (24) a presidente do Consed, Cecilia Motta.
A BNCC foi submetida ao CNE pelo MEC e contém propostas de alteração no currículo estudado no Ensino Médio brasileiro público e privado. De posse do documento, o CNE iniciou uma rodada de audiências públicas para colher sugestões de mudanças que devem ir até o fim de agosto. A ideia do MEC é entregar a nova base até o fim do ano.
Nesse contexto, o Consed decidiu organizar o Dia D de discussão da base. Em 2 de agosto, o Consed receberá as opiniões de todas as escolas de Ensino Médio do Brasil sobre a BNCC. Para tanto, um site na internet foi criado.
“A educação pública no Ensino Médio acontece, em mais de 90%, nas escolas estaduais. Preocupado com isso, o Consed resolveu consultar também as escolas, que é onde acontece e é quem faz a educação no Ensino Médio”, disse Cecilia.
O ministro da Educação, Rossieli Soares, disse que “é fundamental escutar as escolas”. “Temos recebido sugestões, há uma efervecência em relação ao Ensino Médio, movimentando debate em todo o Brasil. Ter as escolas brasileiras debatendo é de suma importância”, afirmou.
Questionado se há resistência dos professores em relação a BNCC, Cecília respondeu que não vê isso. “A consulta até então é feita de maneira voluntária, então nem todo mundo no seu dia a dia está preocupado. Com o Dia D, estou vendo a possibilidade de aprofundamento por parte dos professores”, disse.
Ela garantiu que não haverá redução na carga horária para os professores, mas uma flexibilização no currículo dos estudantes.
O presidente do CNE, Eduardo Deschamps, explicou que, “encerrada a etapa de escuta, há a apresentação ao MEC de todas as propostas e sugestões de forma sistematizada para que MEC e CNE possam fazer aperfeiçoamento da BNCC”. “Nunca se entendeu que o MEC estaria entregando documento pronto e acabado senão não teria nem necessidade de fazer escuta”, afirmou.
"Há a preocupação do MEC e CNE para que base seja concluída até o fim do ano. Estamos dentro do cronograma de encerrar a escuta até o fim de agosto", disse. Ele não garantiu, entretanto, que a base estará terminada até o fim do ano. “Se as demais etapas forem concluídas até o fim do ano, ótimo”, disse ao ser questionado sobre o assunto.
“Não é a educação para passar no vestibular que queremos, é a formação do cidadão brasileiro”, afirmou o ministro Rossieli Soares.