BRASÍLIA - A estudante Eduarda Moreira, de 17 anos, chegou antes dos portões abrirem no Centro Universitário de Brasília (UniCeub) para o segundo dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Embora considere as questões de ciências da natureza e matemática difíceis, ela disse que estar mais tranquila que no domingo passado quando o exame sob o impacto da crise no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela avaliação.
— Acho que foi uma preocupação de todos os alunos (a crise no Inep), mas na semana passada a prova não teve alteração, estou tranquila. Se não der esse ano, tem o ano que vem de novo — disse a estudante que busca uma vaga para graduação em Letras.
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Uma semana antes da primeira etapa do Enem 2021, houve um pedido coletivo de exoneração de 37 servidores que ocupam cargos de coordenação. Os funcionários denunciam o presidente do órgão, Danilo Dupas, por assédio moral, censura e má conduta à frente ao instituto. Técnicos também denunciaram tentativas de intervenção no conteúdo das provas. Após a primeira etapa sem intercorrências, a temperatura baixou.
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Umberto Mannarino, de 27 anos, também disse não estar preocupado com interferências no Enem. Ele faz o exame há seis anos com objetivo de produzir conteúdos para internet e considera que a prova não pode mais ser inviabilizada.
— Vi que muitas pessoas se preocuparam, sempre tem algo que acontece antes do Enem. Acredito que a demissão dos servidores (dos cargos comissionados) não afetou a dinâmica da prova. Depois de seis anos fazendo Enem acho difícil algo inviabilizar a prova — disse Mannarino.
O servidor público Edvaldo Neto, de 40 anos, formado em economia na Universidade de Brasília (UnB) disse que nem chegou a estudar muito para o Enem. Pela quarta vez tenta uma vaga para medicina ou direito e acredita que agora tem mais chance.
— Acredito que a nota de corte será mais baixa devido ao baixo número de inscritos e a situação política. Gostei da prova na semana passada, consegui desenvolver bem a redação, mas exatas é mais difícil especialmente para alguém da minha idade — afirmou Neto.
Após fechar o portões no UniCeub, Renata Monteiro Ramos Couto chegou correndo e ainda conseguiu entregar a identidade para a filha Maria Luiza que foi fazer Enem. O documeto havia sido esquecido no carro da mãe. O corre-corre foi grande, mas ela contou com incentivo de quem estava do lado de fora.
— Ela esqueceu o RG no meu carro, eu fui para o jogo, quando eu vi as mensagens vim do ginásio da Ceilândia ( cerca de 45km ) correndo — disse a mãe, contando que resolveu deixar o carro na esquina e correr porque senão teria que dar a volta no quarteirão e talvez nao conseguiria entregar o documento a tempo.