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No EJA, falta de critérios e aprovações automáticas marcam primeiras avaliações de ensino na pandemia

Essas turmas são formadas por alunos mais velhos do que os matriculados no modelo tradicional, menos afeitos à tecnologia e mais impactados pela pandemia
Professor Marcos Carlos, coordenador de EJA numa escola em Ceilandia, conta a rotina de dificuldades dos alunos na pandemia e a dificuldade em se fazer uma avaliação. Foto: Jorge William / Agência O Globo
Professor Marcos Carlos, coordenador de EJA numa escola em Ceilandia, conta a rotina de dificuldades dos alunos na pandemia e a dificuldade em se fazer uma avaliação. Foto: Jorge William / Agência O Globo

BRASÍLIA — As primeiras avaliações de ensino durante a pandemia, feitas para decidir se um aluno passou ou não de etapa em meio à mais grave crise sanitária das últimas gerações, revelam a falta de um padrão para decidir quem pode prosseguir, uma dificuldade em mensurar o aprendizado de alunos — num momento em que quase tudo na escola é virtual ou à distância — e situações em que "passar de ano" foi praticamente automático, sem exigência de frequência ou notas.

A Educação de Jovens e Adultos (EJA), que, em geral, tem regime semestral, foi a primeira modalidade de ensino a ser posta à prova. Um levantamento feito pelo GLOBO junto às secretarias de Educação das 27 unidades da federação, com o recorte específico da EJA no ensino médio, mostra a fragilidade dos sistemas de avaliação e acompanhamento da aprendizagem.

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As diretrizes genéricas do Ministério da Educação (MEC) e do Conselho Nacional de Educação (CNE) foram insuficientes para que escolas que ofertam EJA conseguissem estabelecer uma rotina e um padrão mínimo de aferição do desempenho dos alunos. Essas turmas são formadas por alunos mais velhos do que os matriculados no modelo tradicional, menos afeitos à tecnologia e mais impactados pela pandemia, segundo professores que atuam nessa modalidade de ensino. Avaliar o quanto aprenderam durante as atividades remotas foi um desafio com dimensões distintas em cada estado, sem um padrão e sem a certeza de eficácia, como mostra o levantamento feito pela reportagem.

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