Necessidade de trabalhar está tirando crianças e adolescentes brasileiros das salas de aula

Necessidade de trabalhar está tirando crianças e adolescentes brasileiros das salas de aula

A infância perdida fora da escola. Segundo pesquisa divulgada na quinta-feira pelo Unicef, braço das Nações Unidas, 2 milhões de crianças e adolescentes brasileiros vivem essa tragédia.

Em São Paulo, Salvador e Belém, apareceu um monumento no meio do caminho: uma homenagem à educação, com uma cena que deveria ser corriqueira em qualquer escola. Mas, de um dia para o outro, o monumento ficou diferente. Por todo o país, crianças e adolescentes abandonaram a escola nos últimos anos. O Brasil, que vinha colocando cada vez mais gente na sala de aula, está desaprendendo.

O antes do monumento da Unicef: todas as cadeiras ocupadas na sala de aula — Foto: Reprodução/Jornal da Globo

“Crianças e adolescentes fora da escola perdem primeiro, obviamente, a oportunidade de aprender, que é o princípio inicial da educação. Depois dessa oportunidade de convivência, que é muito importante para que eles se desenvolvam, e desenvolver um conjunto de habilidades, a escola é, também, um espaço importante de proteção contra as diversas formas de violência”, ressalta a chefe do escritório da Unicef em São Paulo, Adriana Alvarenga.

Os monumentos são parte de uma campanha do Unicef, o Fundo das Nações Unidas para a Infância. A entidade encomendou uma pesquisa ao Ipec, que revela: das crianças e adolescentes de 11 a 19 anos, 11% não estão frequentando a escola. Isso equivale a cerca de 2 milhões de pessoas. E por quê? Principalmente pela necessidade de trabalhar, citada por 48% dos entrevistados.

O depois do monumento da Unicef: diante da professora, carteiras vazias, sem os alunos — Foto: Reprodução/Jornal da Globo

As crianças que sumiram da aula no monumento reapareceram em outros lugares. Uma, vendendo balas. Outra desistiu porque não conseguia mais acompanhar as matérias. E uma terceira engravidou e não teve apoio. O Unicef quer que os eleitores pensem nesses brasileiros na hora de votar.

“É importante que as pessoas confiram as propostas dos seus candidatos, o que eles estão prometendo, com o que eles estão se comprometendo na educação. Esse pacto pela educação envolve deputado, senador, governador, presidente, mas também cada um de nós”, diz Adriana.

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